Objectos e Métodos em psicologia

21-06-2009 12:33

  A PSICOLOGIA COMO CIÊNCIA

 A evolução do objecto de estudo da Psicologia

A reflexão sobre a mente e os comportamentos humanos começou na Filosofia, na qual se abordavam questões como a “consciência” ou as “faculdades da mente”. No entanto, só no final do século XIX, com Wilhelm Wundt, surgiu a primeira tentativa de estudar cientificamente esses temas, através do controlo laboratorial do método introspectivo, usado para estudar as sensações imediatas e conscientes que ficou conhecido com associacionismo ou estruturalismo – a Psicologia procurava autonomizar-se da Filosofia.

Desde o século XIX, o objecto de estudo da Psicologia sofreu, ao longo do tempo, uma evolução. Inicialmente, centrava-se no estudo das experiências conscientes acessíveis através da introspecção, concepção que vai ser posta em causa pelo behaviorismo de John Watson, que considerava que só o comportamento objectivamente observável poderia ser objecto de uma ciência. E só um método poderia ser utilizado cientificamente – o método experimental.

Outras correntes surgiram, em simultâneo, no início do século XX. A psicanálise de Sigmund Freud considerava que para se explicar o comportamento humano seria necessário compreender o papel do inconsciente. Freud chamou também à atenção para a importância da infância na explicação dos comportamentos do adulto. O gestaltismo de Wolfgang Kohler opôs-se ao associacionismo e ao behaviorismo, por referir a importância do todo, mais do que os elementos isolados, a partir do estudo da percepção. O construtivismo de Jean Piaget pôs em evidência o papel activo do indivíduo na construção do seu próprio desenvolvimento e a interacção entre a hereditariedade e o meio; com base nestes princípios Piaget conceptualizou os aspectos qualitativos da inteligência.

Estas correntes contribuíram para a definição do objecto da Psicologia e para o seu carácter empírico e experimental.

Hoje, a Psicologia tem como objecto de estudo não só o comportamento observável, mas também os processos mentais. O conceito de comportamento evoluiu. Refere-se a todas as respostas do ser humano (e até do animal por comparação com o humano) observáveis ou não (por exemplo, sentimentos, pensamentos, etc.) conscientes ou inconscientes. Vários aspectos do ser humano que foram sendo estudados ao longo do tempo – os grupos, a cultura, a criança, a adolescência, os processos patológicos, etc. – integram actualmente o objecto da Psicologia.

 

Associacionismo – Wundt

Esta corrente estudou a consciência humana, e em especial as suas experiências sensoriais, seguindo o modelo da Química (segundo o qual, todas as substâncias são compostas por átomos que se combinam formando moléculas). Neste sentido, foi designada por concepção atomista, porque decompôs os processos mentais nos seus elementos mais simples (sensações, ideias), a fim de descobrir as suas combinações e conexões no sistema nervoso e as estruturas que com eles estavam relacionados.  Foi também designada por concepção estruturalista, dado que o seu objectivo era o estudo da estrutura da consciência.

Wundt apresenta os processos mentais conscientes como objecto de estudo e a introspecção controlada como método. Procura identificar os elementos básicos da consciência – as sensações. Ao sabermos o modo como se combinam as sensações, identificaremos a estrutura da actividade consciente. Daí esta concepção ser vulgarmente designada por associacionismo. Apesar de Wundt representar o ponto de partida da Psicologia científica, a sua concepção não rompe com a tradição introspectiva, muito próxima da Filosofia. (idêntico à Filosofia)

 

 Reflexologia – Pavlov

Ao estudar as secreções gástricas, descobre que para além dos reflexos inatos, se podem desenvolver, nos animais e seres humanos, reflexos aprendidos. No decorrer de uma experiência, apercebe-se que o cão salivava não só quando via o alimentoreflexo inatomas também quando se davam outros sinais associados ao alimento, como o som de uma campainha – reflexo condicionado.

Dedica-se a estudar profundamente a actividade nervosa superior. É no córtex cerebral que se vão formar, modificar e desaparecer os reflexos condicionados.

            Os reflexos – inatos e condicionados – seriam o fundamento das respostas dos indivíduos aos estímulos provenientes do meio.

 

 Behaviorismo – Watson

Watson rompe com a concepção tradicional de Psicologia sendo considerado o pai da psicologia científica. Recorre ao método experimental para estudar o comportamento. O comportamento (behavior) é o conjunto de respostas observáveis a estímulos igualmente observáveis provenientes do meio. Somos totalmente condicionados pelo meio [R = f (S) – as respostas em função das situações]. Alterando as situações que condicionam o comportamento podemos modificá-lo. O estabelecimento de leis do comportamento resulta do estudo das variações das respostas em função da situação. O psicólogo, conhecendo o estímulo, deverá ser capaz de prever a resposta e se conhecer a resposta deverá poder identificar o estímulo. Watson considera que a existência de factores hereditários é irrelevante e que os factores do meio são determinantes no desenvolvimento da criança

Crítica: Apresentou uma concepção limitada e simplista de comportamento ao reduzi-lo à fórmula E – R (estímulo – resposta). Omitiu das suas investigações os processos mentais e factores fundamentais para a compreensão do comportamento: história da vida do sujeito, a sua personalidade, etc.

Piaget e Fraisse consideram que o comportamento é a manifestação de uma personalidade (P) numa dada situação (S) - R = f (S ---- P) . O comportamento é o produto de um processo complexo, em que intervêm factores internos e externos, a personalidade vai-se construindo no contexto do meio; nas diferentes situações vividas pelo sujeito. Por outro lado, o modo como a situação é encarada, interpretada, depende também da personalidade e das experiências anteriores do sujeito.

 

 Gestaltismo – Köhler

O gestaltismo é uma corrente que deu um importante contributo na construção da Psicologia como ciência. Apesar de também estudar experiências conscientes vai-se demarcar da corrente associacionista, que defendia que a vida mental era constituída por elementos que se associavam. Opondo-se a esta concepção atomista e associacionista, postula que qualquer fenómeno psicológico é uma totalidade organizada, não redutível à soma dos elementos que a compõem, a percepção dos objectos é diferente da percepção do somatório dos elementos que o constituem. Percepcionados formas organizadas, totalidades – primeiro o todo que as partes. O gestaltismo considera o contexto em que ocorrem os fenómenos psicológicos (campo) fundamental para a compreensão dos mesmos, e enfatiza os processos de organização mental.

 

 Construtivismo – Piaget

O construtivismo é a teoria do desenvolvimento do conhecimento, que procura descobrir as raízes dos distintos tipos de conhecimento desde as suas formas mais elementares e seguir o seu desenvolvimento até aos níveis superiores, nomeadamente o conhecimento científico.  

Piaget parte do pressuposto que o conhecimento é uma continua construção, e que a inteligência não é mais do que uma adaptação do organismo ao meio, em resultado de um equilíbrio entre as acções do organismo sobre o meio e deste sobre o organismo (interacção).

O construtivismo (ou psicologia genética) procura explicar o desenvolvimento do pensamento (inteligência) como um processo que atravessa várias fases. Cada uma delas representa um estádio de equilíbrio, cada vez mais estável, entre o organismo e o meio, onde ocorrem determinados mecanismos de interacção, como a assimilação e a acomodação.

Esta é uma concepção psicogenética do conhecimento, atribuindo ao indivíduo um papel activo na construção do conhecimento. As estruturas da inteligência não são apenas inatas e o sujeito não organiza a experiência do meio apenas a partir dessas estruturas (como defendia o gestaltismo) e o comportamento não é apenas o resultado da acção do meio sobre o sujeito (como defendia o behaviorismo). O conhecimento é o produto de uma construção contínua do sujeito agindo sobre o meio

 

  Psicanálise – Freud

As concepções desenvolvidas por Freud têm um papel central na história da Psicologia pelo seu carácter inovador e revolucionário. O fundador da Psicanálise recusa a concepção, então vigente, segundo a qual o comportamento seria totalmente controlado pela razão e pela vontade. Afirma a existência do inconsciente que define como uma zona do psiquismo constituída por desejos, impulsos, fundamentalmente de carácter sexual – libido. Como o próprio nome indica, não seria possível aceder, através da introspecção, a esses materiais inconscientes; contudo, teriam grande influência no comportamento.

Uma outra inovação apresentada pela Psicanálise foi a afirmação da existência da sexualidade infantil, anterior, portanto, à puberdade. Manifestando-se desde o nascimento, a sexualidade assume diferentes manifestações nos diferentes estádios psicossexuais sendo um elemento essencial no processo de desenvolvimento da personalidade.

 

            Segundo Freud, o psiquismo humana seria constituído pelas seguintes zonas: id, ego e superego. O id é a zona inconsciente, constituída por pulsões, recordações e desejos de que não temos consciência. Existe desde o nascimento, regendo-se pelo princípio do prazer. Este princípio orienta-se pelo objectivo de satisfazer os impulsos e desejos, fundamentalmente de natureza sexual. O ego é a zona consciente do psiquismo que se forma a partir do id no primeiro ano de vida. Pressionado pelo id, que visa a realização de desejos e pulsões, e pelo superego, que representa a moral, o ego vive frequentemente conflitos. O superego é a instância do psiquismo que corresponde à interiorização dos valores e normas sociais e morais vigentes na sociedade. Constrói-se entre os 3 e os 5 anos no processo de socialização tendo como modelos os pais e outros adultos significativos. Pressiona o ego para não realizar os impulsos do id. O ego orienta-se pelo princípio da realidade que procura responder às exigências sociais.

            Com características específicas, as três instâncias do psiquismo têm dinâmicas próprias que são geradoras de conflitos. Concretamente, o ego é simultaneamente pressionado pelo id (satisfação dos desejos) e pelo superego (componente moral do psiquismo). As situações e conflito são geradoras de angústia e ansiedade existindo então mecanismos de defesa do ego (meios para reduzir os sentimentos de angústia a ansiedade/tensão que resultam desses conflitos.

 

CORRENTE

OBJECTO DE ESTUDO

OBJECTIVOS DE INVESTIGAÇÃO

MÉTODO USADO

Associacionismo/

Estruturalismo

(Wundt)

Experiência consciente/

estados de consciência

Decomposição da experiência consciente nos seus componentes básicos

Introspecção analítica

(controlada)

 

Behaviorismo

(Watson)

Comportamento observável

Descrição, explicação e predição do comportamento

Medidas objectivas do comportamento;

método experimental

Psicanálise

(Freud)

Inconsciente; Estrutura/funcionamento do psiquismo

Compreensão da personalidade humana (normal e patológica)

Associação livre;

interpretação dos sonhos

Gestaltismo/

Psicologia da forma

(Kohler)

Percepção e Pensamento como totalidade

Compreensão da experiência em termos holísticos (com um todo) e não analisá-la em categorias arbitrárias

Introspecção formal;

método experimental

Construtivismo

(Piaget)

Estruturas da inteligência

Compreender as raízes dos diferentes conhecimentos e do desenvolvimento cognitivo

Método clínico;

observação naturalista

 

 Método Introspectivo

O método introspectivo foi o primeiro método usado em psicologia científica. A introspecção analítica ou introspecção controlada foi usada pelos estruturalistas (Wundt). Os indivíduos eram submetidos a estímulos numa situação padronizada; auto-observando-se descreviam a observadores treinados o que sentiam e assim permitiam a análise dos processos mentais conscientes. Este método não vingou, dada a impossibilidade de resultados estáveis e válidos. No entanto, a introspecção continua a ser largamente usada, como método auxiliar, na investigação dos nossos dias.

 

Críticas e limitações da aplicação do método introspectivo:

  • Só se observa um fenómeno psíquico depois de ele ter acontecido. A introspecção é, no fundo, uma retrospecção;
  • Os dados da introspecção só podem ser comunicados através da linguagem. Muitas vezes, o sujeito tem dificuldade em exprimir o que sente por palavras; diferentes pessoas descrevem de forma diferente o mesmo fenómeno psicológico;
  • Os fenómenos psicológicos não são compatíveis com a introspecção, pois se se está muito emocionado, não se consegue analisar a emoção; e existe dificuldade em analisar fenómenos psicológicos que se sucedem rapidamente;
  • O indivíduo que pratica a introspecção é o único que observa a sua experiência interna. A sua observação não pode ser controlada por outro observador;
  • O método introspectivo não se pode aplicar aos domínios da psicologia infantil, da psicopatologia ou psicologia animal;
  • A tomada de consciência de um determinado fenómeno, implica a sua alteração.

 

 Método experimental

- A adopção do método experimental correspondeu a uma necessidade de assegurar à Psicologia o carácter de ciência objectiva e rigorosa, seguindo o modelo das ciências da natureza.

- Procura compreender os factos que estuda através da identificação das suas causas. A relação causa efeito é enunciada na hipótese e testada na experimentação. Além disso, os resultados verificados na amostra significativa são generalizados à população estudada.

Etapas do método Experimental

 

  •  Formulação de hipóteses – a hipótese prévia corresponde à suposição de relações entre diversos factos.

 

  •  Experimentação

Manipulação e controlo das variáveis – o investigador faz variar um determinado factor (variável independente) e verifica as alterações dessa variável no comportamento que está a estudar – variável dependente.

Variável independenteFactor manipulado pelo experimentador e que pode ocasionar modificações na variável dependente. É manipulada pelo investigador e é o que se supõe ser a causa do comportamento que se pretende estudar.

Variável dependente – aspecto do conhecimento que o investigador pretende conhecer. A sua variação dependerá da variável independente.

Variável parasita ou externa – aspectos que o investigador não considerou na hipótese e que podem influenciar os resultados. As variáveis parasitas devem ser identificadas para se controlar o seu efeito.

Para poder controlar o efeito da variável independente na variável dependente o investigador vai formar dois grupos:

Grupo experimental – conjunto de indivíduos submetidos à experiência, isto é, que sofrem os efeitos da manipulação da variável independente; serve para verificar o efeito que a variável independente produz na variável dependente.

Grupo de controlo (ou grupo testemunha) – conjunto de indivíduos que não sofrem os efeitos da manipulação da variável independente, servindo se termo de comparação com o grupo experimental; serve para verificar se as alterações da variável dependente se devem ou não à variável independente

            Podemos distinguir dois tipos específicos de experimentação:

Experimentação provocada – o investigador manipula a variável independente para analisar os seus efeitos na variável dependente.

Experimentação invocada – o investigador observa situações que acontecem na vida corrente procurando estabelecer uma relação entre variáveis. Não há manipulação da variável independente.

A Psicologia recorre a dois tipos de experiências: experiência laboratorial (ao decorrer num ambiente artificial, o comportamento das pessoas pode sofrer distorções; no laboratório, estão ausentes variáveis que existem no meio natural e que influenciam o comportamento) e experiência de campo ou em contexto ecológico (estas experiências não permitem controlar todas as variáveis nem separar os diferentes factores).

 

  •  Registo de Observações – implica as medições das variáveis dependentes.

 

  •  Generalização dos resultados - É o processo de estender, para o universo, as conclusões obtidas através do estudo da amostra e criar uma lei científica.

População – grupo de indivíduos sobre os quais se pretende desenvolver um estudo.

 

Amostra significativa – é uma parte seleccionada da população a estudar, do universo que se pretende estudar e que reflecte as características dessa população permitindo a generalização.

 

Limitações do método experimental:

  •  Há dificuldade em controlar variáveis que afectam o que se está a investigar (variáveis externas ou parasitas);
  •  Há situações que, por razões de ordem ética, impedem o recurso à experimentação: não se podem provocar danos físicos ou psicológicos para se testar uma hipótese;
  •  Não são tidas em conta as características particulares de um sujeito;
  •  A complexidade do comportamento humano dificulta o isolamento das variáveis independentes;
  •  Há dificuldade em se controlar as expectativas dos participantes.

  Observação

 A observação pode ser considerada um método, um instrumento ou uma etapa de outros métodos; por isso, o observador tem tarefas idênticas às do experimentador – formular hipóteses, prévias controlar e generalizar resultados.

A observação pode ocorrer em laboratório (observação laboratorial) ou em contexto ecológico (observação naturalista). Nestes dois tipos de observação, o observador não participa na experiência (observação não-participante).

A observaçao laboratorial permite controlar melhor as variáveis, mas o ambiente é artificial, afectando por isso o comportamento dos sujeitos. Há comportamentos que não podem ser observados em laboratório – o observado tende a comportar-se de acordo com o que julga ser a expectativa do observador.

A obesrvaçao naturalista valoriza a relação dos indivíduos com o meio em que estão inseridos, considerando que descolá-los desse meio equivale a uma perda de informação e uma distorção da mesma. Há dificuldade no controlo das variáveis.

Existe um outro tipo de observação em que o observador se integra na unidade social que vai estudar para recolher dados – observação participante. Valoriza a apreensão qualitativa do comportamento nos contextos sociais.

Existem diversas técnicas de registo sistemático dos dados da observação, tais como testes (situação de avaliação escrita, oral ou de realização de actividades), inquéritos (conjuntos de questões escritas), entrevistas, grelhas de observação (listagem de um conjunto de comportamentos a observar, que os sujeitos podem ou não emitir) e aparelhos de registo electrobiológico (electroencefalógrafo, cronoscópio electrónico, etc.).

 

Método Clínico

  •        O método clínico aplica-se no estudo aprofundado de um indivíduo, situação ou problema. A pessoa é encarada como ser global e único.
  •         Visa uma compreensão global e profunda dos processos que estão subjacentes aos comportamentos manifestados.
  •          Implica uma atitude de compreensão e de procura de significações por parte do psicólogo;
  •        Implica a intuição do psicólogo na sua relação com o sujeito – a relação que se procura estabelecer é de empatia (intersubjectividade), pois existem aspectos que escapam ao conhecimento racional e que são mais intuitivos.
  •       Não isola variáveis como o método experimental: tem em conta todas as variáveis envolvidas.
  •        Recorre a um conjunto específico de técnicas como a observação clínica, entrevista clínica, anamnese e testes.

 Técnicas de observação clínica

 Entrevista clínica – interacção verbal conduzida pelo psicólogo e que serve como meio de diagnóstico e psicoterapia. Através da entrevista, a pessoa pode entender melhor o que a preocupa, compreender-se a si própria e buscar estratégias para a resolução do seu problema.

 Anamnese – conjunto estruturado de informações significativas passadas e presentes relativas a uma pessoa. Permite a compreensão aprofundada da história de um indivíduo.

 Observação clínica – observação directa dos comportamentos e atitudes do indivíduo com o objectivo de compreender os seus problemas.

 Técnicas psicométricas (testes) – constituem conjunto de respostas a questões e/ou actividades previamente definidas, para compreender determinado(s) aspecto(s) do individuo, tais como inteligência, personalidade e os aspectos instrumentais (agilidade motora, fluência verbal, etc.)

  •  são fundamentalmente usados para estudar fenómenos que não podem ser estudados directamente;
  •  testes projectivos – visam revelar aspectos mais profundos da personalidade que se projectam nas situações em que o sujeito é colocado. O material que constitui este tipo de teste deve permitir uma exploração livre e projectiva por parte do sujeito. (exs.: Testes de Rorschach, Teste de Apercepção Temática, Teste de Frustração, etc.)

 Testes devem ter algumas qualidades metodológicas:

  •  Padronização – mesmas condições de aplicação, cotação e avaliação;
  •  Fidelidade – os resultados dos testes devem ser estáveis para permitirem previsões/conclusões;
  •  Validade – é importante definir claramente o que um teste mede realmente para permitir que se tirem conclusões;
  •  Sensibilidade – um teste é tanto mais sensível quanto melhor diferenciar os sujeitos.

  Método Psicanalítico

O método psicanalítico tenta interpretar e tornar conscientes as informações que residem no imenso e profundo/submerso mundo do nosso inconsciente, de forma a compreender e evitar os comportamentos considerados desviantes, e, por isso, perturbadores da vida dos indivíduos.

  Tem uma aplicação terapêutica em várias doenças do foro psíquico, tais como depressões, neuroses, fobias, etc.

Associações livres – o paciente diz o que lhe vem à mente e expressa os afectos e emoções sentidos, sem se preocupar com o sentido das suas afirmações. O objectivo é recordar os acontecimentos traumáticos recalcados, interpretá-los e compreendê-los.

 Interpretação de sonhos – considerada por Freud o meio de atingir o inconsciente do paciente. O material recalcado liberta-se, ainda que de uma forma distorcida, no sonho. O analista vai, assim, procurar o sentido oculto do sonho, ou seja, o significado profundo do sonho, incompreensível para o sonhador.

 Análises dos actos falhados – os actos falhados resultam da interferência de intenções diferentes que entram em conflito. São os desejos recalcados que dão origem aos actos falhados.

 Processo de transferência – a transferência é um processo em que o analisando transfere para o psicanalista os sentimentos de amor/ódio vividos na infância sobretudo relativamente aos pais. O psicanalista interpreta os dados do processo de transferência.

Há somente um objecto em Psicologia ? ou vários objectos de estudo ?

Psicologia ? ou Ciências Psicológicas ?

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