Desenvolvimento fisico na criança e adolescente

19-06-2009 21:22

No desenvolvimento físico na criança a primeira alteração é ao nível dos neurónios, mais propriamente no axónio. Todos os neurónios nesta fase passam pelo processo de mielização, ou seja, os axónios são revestidos por mielina. É por causa da falta de mielina que quando tocamos no bebé acontece a contracção do corpo quase todo, devida à falta de mielina, uma vez que os axónios tocam-se e ocorre um "curto-circuito" fazendo que a respostas ao estímulo seja muito devaneia. A mielina também vai aumentar a velocidade de transmissão no próprio neurónio.

Depois temos o desenvolvimento motor da criança, onde depara-se com três progressões. A primeira é a progressão céfalo-caudal, ou seja a criança controla e sustem-se em pé começando pela cabeça e depois para a coluna vertebral. A criança está deitada, depois começa a elevar a cabeça, de seguida começa a gatinhar e só por fim é que se coloca em pé, primeiro com apoio e depois sem apoio. A segunda progressão é a próximo-distal, ou seja o bebé tem controlo do seu corpo começando do mais próximo para o mais distante. Isto quer dizer, o bebé controla primeiro o tronco e depois controla melhor os apêndices do corpo, ou seja os membros. Por fim temos a progressão de acção concentrada para a acção específica, ou seja a criança não descreve movimentos peculiares com as mãos, depois é que tem um controlo mais específico dos movimentos, um controlo mais preciso. E isso repara-se nos desenhos que as crianças fazem.

As crianças também acabam por ter um desenvolvimento sensorial, como nomeadamente sobre a distinção de sabores, cheiros, sons, imagens e da percepção de profundidade...

Já na adolescência deparamos com a maturação sexual, que é mais cedo nas raparigas do que nos rapazes. Um dos problemas nas raparigas é o aparecimento da primeira menstruação e o desenvolvimento dos seios. Já mos rapazes encontra-se o problema da maturação tardia e o tamanho do pénis. Estes tipos de problemas levam a que a sociedade juvenil os encare com pouca seriedade e fazem juízos de factos, fazendo que quem tem estes problemas seja mal visto pelos amigos.

 Contudo, o desenvolvimento da criança deve de ser sustentável, equilibrado e prograssivo, uma vez que as crianças seguem os nossos módulos.

  Desenvolvimento e socialização

A família tem um papel decisivo no processo de socialização, isto é, no processo de integração do indivíduo na sociedade. É neste grupo que a criança aprende os comportamentos, valores, normas e atitudes vigentes numa dada sociedade.

Um dos aspectos mais importantes do desenvolvimento psicológico e social do bebé é o estabelecimento de uma primeira relação afectiva recíproca e duradoura, normalmente com a mãe, a que se chama vinculação. Esta vinculação manifesta-se a partir dos 7/8 meses e caracteriza-se pela procura de proximidade em relação a mãe; pela ansiedade e tristeza em caso de separação; e pela orientação das acções do bebé para a mãe.

A relação mãe-bebé tem um papel muito importante no processo de socialização. É esta díade mãe-bebé que vai permitir que a criança adapte o seu comportamento ao meio envolvente e aos outros: esta relação tem uma função adaptativa, quer favorecendo a sobrevivência da espécie, quer proporcionando segurança emocional.

 As crianças desde que nascem são capazes de interagir com o meio e realizam as primeiras interacções com a mãe.

É através da interacção mãe-bebé que a criança aprende a atribuir significados aos comportamentos dos outros e às situações. A qualidade desta relação precoce entre a mãe e o bebé, vão ter uma grande influência no desenvolvimento futuro da criança: na sua personalidade, auto-estima, confiança em si própria, na forma como se relacionará com os outros e o modo como encarará as situações.

 Estudos etológicos revelaram que a necessidade de contacto corporal e proximidade física são mais importantes que a necessidade de alimentação. Esta necessidade de agarrar, de estar junto à mãe denomina-se de contacto do conforto.

Segundo Bowlby, a necessidade de vinculação (apego, attachement), isto é, a necessidade de estabelecimento de contacto e de laços emocionais entre o bebé e a mãe e outras pessoas próximas é um fenómeno biologicamente determinado.

A carência afectiva materna tem repercussões que acarretam perturbações físicas, afectivas ou mentais durante esse período ou na vida futura, como, por exemplo, o hospitalismo (depressão vivida por crianças a quem faltou a presença materna).

 Desenvolvimento e ciclo vital:

A infância 

 

 Início da vida

concepção e primeiros tempos de vida

  

Bases genéticas

A entidade que é estabelecida na concepção contém 23 pares de cromossomas;

Um membro de cada par é da mãe e o outro é do pai;

Cada cromossoma contém milhares de genes ("software" que programa o desenvolvimento futuro de todas as partes do "hardware" do corpo ).

  Alguns genes são responsáveis pelo desenvolvimento de alguns sistemas comuns a todos os membros da espécie humana (coração, sistema circulatório, cérebro, pulmões, etc.)

  Outros controlam características que fazem cada ser humano um ser único, tal como a configuração facial, altura, cor dos olhos, etc.)

 

 

  O sexo da criança também é determinado por uma combinação particular de genes;

    A criança herda um cromossoma X da mãe e um cromossoma Y ou um X do pai;

 

    Com a combinação XX a criança será do sexo feminino;

    Com a combinação XY a criança será do sexo masculino .

 

Duas semanas após a concepção

O indivíduo em desenvolvimento entra no período embrionário, que decorre da 2ª à 8ª semana, e ele ou ela são agora chamados de embrião

 

  Á medida que o embriao desenvolve, através de um complexo e programado processo de divisão celular, aumenta 10000 mil vezes de tamanho até ás 4 semanas de idade, atingindo um comprimento de 2.5 cm. Nesta altura desenvolveu um coração rudimentar (que bate), um cerebro, intestino e mais alguns orgãos.

Pela 8ª semana

O embriao de cerca 2.5 cm de comprimento, tem braços, pernas e uma face que é perceptivel.

 

Depois da 8ª semana

O embriao encara que é o periodo critico, a primeira de várias fases do desenvolvimento pré-natal, nas quais as fases de desenvolvimento devem ocorrer de forma a que se processe um desenvolvimento normal.

Desde a 8ª semana e até ao nascimento, o desenvolvimento entra no periodo fetal e é agora chamado de feto.

Feto

 Ao final da 10ª SEMANA de gestação, o embrião já se encontra praticamente todo formado (coração, pulmões, rins, fígado e intestinos) e tem-se início, a partir daí, do período fetal.

     A partir de 10 SEMANAS de gestação, durante o período fetal, haverá basicamente a maturação e crescimento dos órgãos e sistemas do bebé.

A partir de 37 semanas completas, a gestação é considerada como gestação a termo, ou seja, o feto está pronto para nascer a partir desse momento.

Ao fim de 38 semanas de gravidez, o feto pesa, em média, 3.180 kg e mede cerca de 50 cm de comprimento.

O seu organismo está totalmente formado e maduro. Com um peso médio de 3.4 kg e comprimento de 50 cm na 36ª semana, ele já não consegue mexer-se muito, aguardando, na posição certa, a grande hora do nascimento !!

 

 

 Relativamente ao desenvolvimento fisico, nos primeiros momentos de vida, o bebé dorme imenso tempo, sendo fulcral durante esta etapa, onde o crescimento vai sendo acentuado.

Desenvolvimento motor

3 Regras gerais:

  • Progressão céfalo-caudal
  • Progressão proximodistal
  • Progressão de acção concentrada para específica 

Desenvolvimento sensorial

  • sabores
  • Sons
  • Imagens
  • Cheiros
  • percepção de profundidade

Maturação fisica na adolescência

  • Maturação sexual nos rapazes
  • Maturação sexual nas raparigas

Problemas específicos dos rapazes na adolescência 

  • Maturação tardia
  • Tamanho do pénis

Problemas específicos das raparigas na adolescência

  • Reacção à menarca
  • Desenvolvimento dos seios

Os profissionais da educação deverão estar atentos a estes pormenores de extrema relevância...

Poderá estar em causa a construção da sua personalidade...  

A adolescência

A adolescência é uma época da vida marcada por transformações fisiológicas, psicológicas, pulsionais, afectivas, intelectuais, morais e sociais vivenciadas num dado contexto cultural.

Uma das dificuldades do conceito de adolescência advém da delimitação etária deste período, pois existem diferenças entre os contextos culturais, géneros masculino/feminino, meios geográficos e condições sócio-económicas

Se se pode afirmar que a adolescência começa com a puberdade, já não é tão fácil dizer quando termina. È difícil definir quando se é adulto, pois essa definição passa pelo entre cruzamento de factores biológicos, afectivos, socioculturais e geográficos.

Será importante relevar que a adolescência se define vulgarmente pela negativa: o adolescente já não é criança e ainda não é adulto.

A ambiguidade das dificuldades na definição são agravadas pela existência de preconceitos, reflectidos nas frases feitas do “senso comum” que caracterizam a adolescência como “idade do armário”, “idade da Caixa”, “estar na fase”, “idade mais maravilhosa”, etc. Simultaneamente, encontramos representações sociais que quase associam o jovem a vandalismo, marginalidade, delinquência, droga.

Pode definir-se adolescência como o período em que se inicia a puberdade (cerca dos 11/13 anos) e vai até à idade adulta. É um processo dinâmico de passagem entre a infância e a idade adulta, isto é, em que o sujeito constrói a sua identidade e autonomia, desenvolve projectos de vida e se insere na sociedade.

 A adolescência caracteriza-se por um conjunto de transformações: fisiológicas, intelectuais, afectivas e sociomorais.

1. Transformações fisiológicas – é um período em que ocorre um rápido crescimento orgânico, resultante do funcionamento das glândulas sexuais. Desenvolve-se todo um conjunto de características sexuais secundárias (no rapaz – aparecimento de pêlos na cara, nas pernas, peito e zona púbica, mudança da voz, modificação dos odores corporais; na rapariga aparecimento de pêlos nas axilas e zona púbica, alargamento das ancas e aumento dos seios). Os órgãos sexuais entram em funcionamento e são estas modificações que permitem a função reprodutora, em especial a ejaculação no rapaz e a menstruação na rapariga. Destaca-se, também, o desenvolvimento dos sistemas nervoso e endócrino.

2. Transformações intelectuais – graças ao pensamento formal, o adolescente tem capacidade de reflexão e abstracção, o adolescente pensa a partir de hipóteses (raciocínio hipotético-dedutivo), desenvolve novas capacidades de avaliação dos outros e de si próprio (egocentrismo intelectual – o adolescente sente-se o centro e as suas teorias sobre o mundo aparecem como as únicas correctas). Estas novas capacidades permitem também um maior desenvolvimento da capacidade imaginativa

3. Transformações sociomorais – o jovem vai interessar-se por problemas éticos e ideológicos, discutindo valores e princípios. O jovem adquire um novo estatuto social e papel na comunidade decorrente da participação activa na vida cívica.

4. Transformações afectivas – as relações preferenciais alteram-se, com o grupo de pares a ter uma grande importância no processo de procura de identidade. A construção da autonomia leva o adolescente a alterar a relação com os pais e adultos que lhe serviram de modelos durante a infância. Na procura de autonomia e na construção da identidade, reorganiza a imagem de si próprio, explorando e assumindo novos papéis.

 

Construção da identidade

A formação da identidade é, segundo Erikson, a tarefa fundamental da adolescência. É neste período que se constrói uma forma própria e pessoal de estar no mundo, sendo diferentes as formas de procura de identidade – busca do papel sexual, da profissão, de realizações pessoais.

Este processo de autonomia passa pela substituição dos modelos parentais pelo dos grupos de pares (agora centro das relações sociais procurando aí identificação positiva e respostas para as suas dúvidas e incertezas). Este processo de identificação/diferenciação é vivenciado de forma contraditória (ambivalente) através de atitudes de conformismo (face aos pares) e/ou rebeldia (face à família).

 

Moratória Psicossocial

É um período de pausa, de experimentação de vários papéis sociais. Nesta fase de experimentação em que o jovem procura os papéis de adulto que melhor se adequam a si próprio sem os assumir definitivamente. A moratória é uma espécie de compasso de espera nos compromissos adultos. È um período de experimentação e de ajustamento dos vários papéis sociais. Podemos identificar várias moratórias – sexual-afectiva, moratória de orientação profissional e moratória da identidade.

 A adolescencia é um dos periodos de desenvolvimento envolvido num conjunto de mitos e preconceitos caracteristicos desta fase

É  a fase totalmente estigmatizada e cheio de estereótipos criados pela sociedade dos adultos, repleto de padrões. Período em que a circulação de ideias, factos e preconceitos mais se fazem sentir...

Os comportamentos problemáticos ou desviantes afirmam-se no convivio com as drogas, viajam por dentro da violência, levam ao vandalismo, experimentam-se no roubo, passam pelo homicidio, a gravidez prematura e até o suicídio.

É  a nossa sociedade que, de um modo geral, tende a sobrevalorizar os comportamentos negativos e a generalizar a sua manifestação durante a " idade da parvalheira" ou também conhecida " idade do armário" .

Mas nem todos se comportam de maneira igual ...

Problemas que merecem, no entanto, uma reflexão atenta:

  • A saúde dos adolescentes
  • O inconformismo
  • Suicídio
  • A entrada no mundo das drogas
  • A gravidez prematura 

Mitos 

  • " Idade do armário "
  • " idade da parvalheira"
  • Delinquência 
  • Irresponsabilidade
  • Imaturidade 

Estereótipos

  •   " Idade da parvalheira "
  •   " idade do armário "
  •   Imaturidade
  •   Irresponsabilidade
  •   Confusão
  •   Conflituosos
  •   Rebeldia

Atitudes típicas

  • Conflito de gerações
  • Rebeldia/Irreverência
  • A afirmação
  • Imediatismo
  • Consumismo

 

Será que os jovens sentem-se integrados na sociedade ?

Será que se sentem excluidos socialmente ?

Realidade ou Mito ?

 

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