Um olhar sobre a psicologia

20-06-2009 11:55

 PSICOLOGIA

 A psicologia, (do grego Ψυχολογία; ψυχή (psique), "alma", e λογία (logos), "palavra", "razão", "estudo"), é a ciência que estuda os processos mentais (sentimentos, pensamentos, razão) e o comportamento humano e animal. Sobre o comportamento é necessário referir uma informação essencial: o corpo e a mente não são separados, quando se fala que o estudo se dá através da mente e/ou pelo através do corpo, é necessário advertir que essa é uma elaboração teórica, já que existem estudos, com grande comprovação, que mostram a influência de um sobre o outro. Para estes fins, há vários métodos, como a observação, estudos de caso, estudos em neuropsicologia entre outros estudos multidisciplinares. Como dito, a partir do pressuposto básico que existe um monismo - e não um dualismo como Descartes declarou – esta ciência tem seus estudos voltados a esse axioma principal.

A psicologia é uma ciência considerada tanto das áreas sociais, ou humanas, como da área biomédica (por exemplo, a neuropsicologia), assim ela é estudada tanto em métodos quantitativos como em métodos qualitativos. Estes métodos aplicam-se ao estudo dos processos psíquicos, geradores de comportamentos e vice-versa. Os estudos clássicos em psicologia baseavam-se justamente nos comportamentos, que eram directamente observados, que faziam com que o psicólogo inferisse um processo psíquico; porém, com os avanços das neurociências, hoje em dia, também é possível, mesmo que rudimentarmente, estudar os processos psíquicos na sua origem. A introspecção é outro método para chegar aos processos conscientes. Existem vários outros métodos desenvolvidos, como vamos ver ao longo deste site, cada um para estudo de um ou mais processos mentais.

Cabe à psicologia estudar questões ligadas à personalidade, à aprendizagem, à motivação, à memória, à inteligência, ao funcionamento do sistema nervoso, e também à Comunicação Interpessoal, ao desenvolvimento, ao comportamento sexual, à agressividade, ao comportamento em grupo, aos processos psicoterapêuticos, ao sono e ao sonho, ao prazer e à dor, além de todos os outros processos psíquicos e comportamentais não citados.

 Mas como lidar com a angustia?...Com a perda?...Com a dor?...Com o sofrimento?...Como agir em situações de tragédia?...

“Os psicólogos não se limitam à descrição do comportamento. Vão mais além: procuram explicá-lo, prevê-lo e, por último, modificá-lo para melhorar a vida das pessoas e da sociedade em geral.” 

Elementos importantes na busca de uma sociedade humana... Que se pretende equilibrada e saudável...

Problemas e conceitos teóricos estruturadores da Psicologia

 

  

Wundt e a consciência

  

 Wilhelm Wundt nasceu em 1832, na Alemanha.

Formou se em medicina com 19 anos mas rapidamente se apercebeu de que o seu interesse não era este, tendo-se então, especializado em fisiologia. Enquanto professor, investiga o modo como se processa a informação sensorial, o que o leva a orientar-se para a psicologia. Utiliza pela primeira vez a designação de “Psicologia Experimental”, na sua obra Contributos para uma Teoria das Percepções Sensoriais.

Tomando como modelo as ciências experimentais, propõe-se constituir a psicologia como uma nova área da ciência objectiva e experimental. Na obra Princípios da Psicologia Fisiológica, estabeleceu os princípios da psicologia como a ciência experimental independente.

Durante 10 anos, dedicou-se à investigação de uma área da psicologia na qual foi o primeiro investigador sistemático: a Psicologia Cultural. Na sua obra Psicologia Cultural, abordou o desenvolvimento do pensamento humano manifestado na linguagem, nos costumes, nos mitos, nas artes, nas leis e na moral.

Morreu em 1920.

 A Consciência:

 O objecto de estudo de Wundt era a consciência e os processos mentais. A consciência era constituída por várias partes distintas. Para ele, “ a primeira etapa da investigação de um facto deve ser uma descrição dos elementos individuais (…) dos quais consiste”. As sensações seriam para ele os elementos mais simples da mente e da consciência. Mas não aceitava que os elementos constitutivos da mente se combinassem de forma passiva através de um processo mecânico de associação. E aqui discorda dos empiristas e dos associacionistas, com quem só partilha o reconhecimento dos elementos simples como forma de se poder conhecer os processos psicológicos complexos. Para Wundt, os elementos da consciência não eram estáticos, parados: a consciência tinha um papel activo na organização do seu próprio conteúdo.

Era este processo activo de organização que mais interessava a Wundt. Ele considerava que era compatível o reconhecimento dos elementos simples da consciência e a afirmação de que a mente consciente tem capacidade para proceder a uma síntese desses elementos em processos cognitivos de nível mais elevado.

A metodologia a seguir deveria partir dos elementos básicos dos processos conscientes.

 As sensações e os sentimentos:

 Os elementos simples que constituem a consciência para Wundt eram as sensações e os sentimentos. As sensações ocorrem sempre que um órgão dos sentidos é estimulado e esta informação é enviada ao cérebro. O sentimento é a componente subjectiva da sensação. Assim, uma sensação pode ser acompanhada de um sentimento de alegria ou tristeza, prazer/desprazer,... Wundt com colegas utilizou um metrónomo para descrever as sensações antes (tensão), durante (excitação) e após as batidas (agradável sensação). De notar que o sentimento subjectivo acontece ao mesmo tempo que as sensações físicas. A emoção é, assim, constituída por um conjunto complexo de sentimentos.

            Segundo Wundt, partindo de elementos simples como as sensações, a consciência, no seu processo criativo de organização, produzia ideias.

            Mas, se o estudo dos processos mentais deveria seguir o percurso do mais simples ao mais complexo, o mesmo não se passava com a forma como conhecemos o real. Assim, quando percepcionamos uma casa percebemo-la como uma unidade, um todo, e não como uma soma de elementos separados, diferentes. Wundt recorre ao conceito de apercepçao: processos de organização dos elementos mentais que formam uma unidade. Esta unidade não é a soma dos elementos constitutivos, mas uma combinação que gera novas propriedades e características. Wundt afirma: “Todo o composto psíquico é dotado de características que de modo algum consistem na mera soma das características das partes.” Com esta citação, Wundt quer dizer que as características da consciência não são as mesmas do que as dos seus constituintes.

 Metodologia de investigação:

Wundt utiliza como método para conhecer os elementos constituintes da consciência a introspecção controlada. A introspecção no sentido restrito da palavra propõe o conhecimento das emoções através da observação interna e reflexão por parte do próprio sujeito, isto é, só o indivíduo que vive a experiência a pode descrever introspeccionando-se, fazendo auto-análise dos seus estados psicológicos em condições experimentais. O método é chamado de introspecção controlada e não só introspecção pois alem de o sujeito descrever os seus estados subjectivos resultantes de estímulos visíveis, tácteis, … existe uma terceira pessoa que analisa e interpreta aquilo que o sujeito diz como sendo as suas sensações.

            Na sua experiência com o metrónomo na sala de aula, Wundt exigia um grande rigor nas descrições, que seriam quantificadas. O objecto da introspecção é o próprio sujeito, enquanto o objecto das observações que se fazem nas outras ciências é o real exterior ao sujeito.

            Contudo, a introspecção controlada só dava a conhecer os elementos básicos da consciência, as sensações e as percepções; os processos mentais complexos, como a memória e a aprendizagem, não poderiam ser estudados experimentalmente, tendo de se recorrer a metodologias qualitativas.

 Conclusão:

             Wundt teve um papel importante na história da psicologia, juntamente com William James, considerado como o pai da psicologia. Demarcou-se do pensamento dominante da época, procurando autonomizar a psicologia da filosofia. Wundt procurou entender a mente humana através da identificação das partes constituintes da consciência humana, da mesma forma que um composto químico é quebrado em vários elementos. Assim, essencialmente Wundt imaginou psicologia como uma ciência em que a consciência é uma colecção de peças identificáveis. Definiu como objecto a consciência, e o método de investigação a introspectiva controlada. Procurou ainda desenvolver uma teoria sobre a natureza da mente humana que conjugasse a componente biológica e a componente social, o mundo interno e o mundo externo, a dimensão individual e a colectiva.

            Por esta altura, várias criticas foram feitas ao seu trabalho. Um dos que mais criticou o seu método (introspecção controlada) foi Sigmund Freud, que afirmava que este método era demasiado ridículo para ser utilizado na sua investigação.

  Freud e o inconsciente

  

Nasce a 1856 em Freiberg, Morávia, um dos vultos mais notáveis da medicina. Fundador da psicanálise.

 Em 1881, forma-se em Medicina, na Universidade de Viena e desenvolve vários trabalhos experimentais ligados à biologia e fisiologia.

Em 1885, Freud seguiu para Paris, onde estudou com o Professor Jean Charcot que recorria à hipnose para tratar a histeria, doença que era vista exclusivamente como uma perturbação feminina, manifestava-se como um conjunto de sistomas orgânicos que não tinham origem no sistema nervoso. São as experiencias com Charcot que levam Freud a pensar na existência do inconsciente. Esta hipótese é aprofundada com o trabalho que vai desenvolver com Breuer. Ambos consideravam que as causas das perturbações nos sintomas histéricos teriam de ser procurados no inconsciente do doente, onde estavam retidas recordações traumáticas, e o carácter penoso dessas lembranças impedia que se pudessem exprimir, manifestando-se em perturbações orgânicas.

Juntos elaboraram a ideia de que muitas fobias têm origem em experiências traumáticas sofridas durante a infância. Estudam o caso de uma paciente que dava pelo nome de Anna O e sofria de um problema de histeria, que Breuer e Freud tentaram curar através do método hipnótico.

Em 1896, Freud abandona a actividade conjunta com Breuer por duas razões. Primeiro porque acha que a hipnose não era o método adequado para a cura pois não era possível hipnotizar todos os pacientes e os resultados positivos duravam pouco tempo, além disto Breuer não concordava com Freud quando este afirmava que a histeria era de origem sexual.

Já sozinho vai desenvolver um conjunto de concepções que vão constituir uma teoria sobre o psiquismo humano e uma nova técnica terapêutica, a psicanálise.

 No seu livro A interpretação dos sonhos definia os sonhos como representações dos desejos reprimidos, e foi considerado a obra-prima do médico.

Nos seus estudos sobre a infância, Freud concluiu que entre os três e os cinco anos as crianças atingem um estádio onde sentem uma forte atracção pelo progenitor do sexo oposto (Estados de Édipo e de Electra). Elaborou então a teoria psicanalítica, que dá especial ênfase à sexualidade, mas gerou escândalo e as novas ideias foram mal recebidas.

  A teoria de Freud alicerçava-se em duas vertentes: ciência médica e filosofia. Enquanto cientista, interessava-o a forma como a mente afecta o corpo, estudando a paranóia, a histeria e outros distúrbios. Enquanto teórico, explorava a formação da personalidade. Em 1923, criou um modelo da mente que consistia em três elementos: o ego, o id, e o superego. Nos seus estudos teóricos e clínicos criou novos conceitos e termos, como libido, subconsciente e complexo de inferioridade.

Em 1938, com a psicanálise proibida na Áustria e com os nazis em Viena, a família Freud partiu para Inglaterra onde o médico morreu no ano seguinte, vítima de cancro.

  “Anna O” e o Nascimento da Psicanálise:

 Em 1895, Josef Breuer e Sigmund Freud, publicaram o livro Estudos sobre a história, em que descrevia a terapia utilizada por Breuer para assistir uma mulher que sofria de histeria. Para respeitar a sua privacidade chamaram-lhe “Anna O”.

Quando Breuer começou a tratar Anna O, em Novembro de 1880, esta era uma jovem de 21 anos que sofria de uma grande quantidade de sintomas físicos graves e incapacitantes. Tinha ambas as pernas imobilizadas, mal podia mexer a cabeça devido a paralisia dos músculos do pescoço, perdera a sensibilidade do braço direito, não falava e sofria de alucinações, recolhera à cama, de onde, de olhos semicerrados, olhava em redor de forma desconfiada e defensiva. Breuer diagnosticou um caso de histeria.

Na década de 1880, a hipnose era um método aceite no tratamento da histeria. O médico dizia à doente hipnotizada que, quando acordasse, os sintomas teriam desaparecido. Embora a sugestão hipnótica fosse frequentemente eficaz, o alívio era apenas temporário – os sintomas geralmente reapareciam, idênticos ou mais ou menos modificados. Com Anna O, no entanto, Breuer foi alem da hipnose, interessando-se pela sua vida.

Pouco a pouco, ela revelou experiências passadas que tinham ligações fascinantes com os sintomas actuais.

Com o tempo, Anna O deixava-se hipnotizar facilmente e respondia às perguntas, recordando cada vez mais o seu passado. Ela própria chamava a este processo “a cura pela fala”. Breuer confessou que o sucesso da cura de Anna o apanhou totalmente desprevenido, e só quando todos os sintomas foram destruídos por este processo ao fim de uma série de sessões, conseguiu aceitar a validade desta nova técnica terapêutica.

Em 1882, Breuer decidiu que a sua doente já não precisava dele, mas Anna O não estava tão certa disso. Subitamente, foi vitima de graves cãibras, e ao entrar no seu quarto, Breuer viu-a torcendo-se com dores. Médico responsável e pai de família respeitável, Breuer horrorizou-se ao ouvi-lha dizer: “O filho do Dr. Breuer está a nascer.” Acalmou-a por meio de hipnose e saiu. Encaminhou-a para Freud e não voltou mais a tratá-la.

A gravidez fantasma de Anna O proporcionou a Freud outra ideia sobre como, na sua terapia, sondar o inconsciente. Era evidente que ela fantasiara um amor por Breuer e a existência de um filho deste. Baseado nestas e noutras observações semelhantes, Freud desenvolveu a sua teoria da transferência, que definiu como o deslocamento dos afectos e emoções relativos aos pais do paciente para o analista.

 Inconsciente

 Freud chega a conclusão que não é possível compreender muitos aspectos d comportamento humano, se só se admitir a existência do consciente. Isto é nega a ideia de que o ser humano é racional e que através da introspecção conheceria o fundamental de si próprio. Afirma que para se compreender realmente o ser humano tem de se admitir a existência do inconsciente, que define como uma zona do psiquismo constituída por desejos, pulsões, tendências e recordações recalcadas, fundamentalmente de carácter sexual.

Apresenta-nos duas interpretações do psiquismo humano. Na primeira interpretação recorre à imagem de um iceberg, onde o consciente corresponde à parte visível, enquanto o inconsciente corresponde à parte submersa, invisível. O inconsciente é uma zona do psiquismo muito maior por comparação com o consciente e exerce uma maior influência no comportamento. Ao consciente é possível aceder através da introspecção. Os materiais inconscientes, que não são acessíveis através da auto-analise tendem a tornar-se conscientes. Contudo, há uma censura que impede este acesso às pulsões e desejos inconscientes, recalcando-os. O recalcamento é um mecanismo de defesa que devolve ao inconsciente os materiais que procuram tornar-se conscientes. A sua segunda interpretação é apresentada por volta de 1920 e é constituída por três instancias de personalidade: id, ego e superego.

ID

Também chamado infraeu ou infraego, é constituído por todos os impulsos biológicos, como a fome, sede e sexo, que exigem satisfação imediata. É o fundamento da sobrevivência individual e da espécie.

 

SUPEREGO

Também chamado supereu, é constituído pelo conjunto de regras e proibições impostas primeiramente pelos pais e depois pela sociedade em geral e que foram interiorizados pelo indivíduo. É o fundamento da moral.

 

EGO

Também chamado eu, é o elemento decisor dos conflitos travados entre o id e o superego. Constitui o fundamento racional da personalidade humana.

 Estas três instâncias, na opinião de Freud, estabelecem entre si uma relação dinâmica, muitas vezes conflitual, de que resulta a conduta das pessoas. O comportamento de umas pessoas compreender-se-á pela supremacia do id, enquanto outras se entende pela predominância do superego.

        ID: é o primeiro elemento. Já nasce com a criança, o que significa que a energia psíquica deriva apenas de tendências instintivas de natureza biológica que visam a satisfação imediata na busca exclusiva do prazer A busca narcisista e egocêntrica de prazer levaria a constantes frustrações e conflitos dado que, no mundo real, não existem condições que permitam que o objecto necessário à libertação da energia pulsional seja encontrado, ou esteja disponível sempre que o individuo o procura.

       EGO: Tem por função orientar as pulsões de acordo com as exigências da realidade, de modo a tornar possível a adaptação do indivíduo ao mundo externo. No seu papel de árbitro na luta entre as pulsões inatas e o meio, o ego, conta com a ajuda de um conjunto de mecanismos de defesa (recalcamentos) que se vão progressivamente formando e exercem um controlo inconsciente sobre as pulsões que ameaçam o equilíbrio psíquico do individuo. Os recalcamentos, como mecanismo de defesa, devolvem ao inconsciente os materiais que procuram tornar-se conscientes.

      SUPEREGO: Se considerássemos a criança apenas em termos de id e ego, poderíamos dizer que ela seria perfeitamente amoral. O desenvolvimento do sentido de moralidade só é possível quando ser forma uma outra instância do aparelho psíquico: o superego. Este controlo imposto a partir do exterior tende, pouco a pouco, a ser interiorizado e, por volta dos sete anos, o superego é já uma instância interna que, segundo Freud, actua de modo automático e espontâneo. O superego representa um conjunto de valores nucleares como: honestidade, sentido de dever, obrigações, sentido de responsabilidade e outros. A constituição e a manifestação do superego não eliminam a actuação do id, que se mantém activo ao longo da vida. Toda a teoria freudiana se desenvolve à roda de conceitos de energia sexual ou libido.

Freud acredita que o desejo ou busca do prazer psicossexual surge no indivíduo antes da puberdade, logo a partir do nascimento.

Usa o termo prazer psicossexual num sentido muito amplo, que inclui as sensações agradáveis resultantes da estimulação de diversas áreas do corpo e considera que a energia psicossexual ou libido deriva de processos metabólicos.

 Sexualidade

 Durante a análise com os seus doentes, conclui que muitos dos sintomas por eles apresentados eram manifestações de conflitos psíquicos relacionados com a sexualidade. Muitos destes traumas remetiam para experiencia traumáticas vividas na infância e recalcadas no inconsciente. Um enorme escândalo vai ser provocado com o reconhecimento da importância da sexualidade na vida psíquica humana e a afirmação de uma sexualidade infantil.

  Para Freud no desenvolvimento da criança, esta atravessa uma série de fases ou estádios, chamados estádios psicossexuais, cada um dos quais se associa a sensações de prazer ligadas a uma zona erógena específica. O controlo destas sensações origina conflitos cuja resolução influencia a formação da personalidade adulta. Para alcançar a maturidade psicológica, o indivíduo tem de resolver positivamente os conflitos próprios de cada etapa.

 

 ESTÁDIOS PSICOSSEXUAIS   

                                         Estádio Oral

                                         Estádio anal

                                         Estádio Fálico

                                         Estádio Latência

                                         Estádio Genital

 Estádio oral:

(Do nascimento aos 12/18 meses)

            Neste período, a boca é a principal fonte de prazer, por isso, constitui-se como zona erógena. Nesta fase, trate-se ou não de alimento, tudo o que a criança consegue agarrar e levado à boca. O seio materno é fonte de grande satisfação que lhe permite estabelecer uma relação afectiva de proximidade com a mãe, cuja natureza marca o modo como futuramente se relacionará com o mundo. É nesta fase que se começa a estruturar a personalidade.

 Estádio anal:

(Dos 12/18 meses aos 3 anos)

            Após a digestão dos alimentos, estes vão-se acumulando na área rectal, até que a pressão nos músculos do esfíncter anal provoca a descarga reflexa. Esta descarga alivia a tensão, pelo que se torna agradável. É também por esta altura que os pais se preocupam com a criação de hábitos de higiene. Quer reter, quer expulsar as fezes se torna fonte de prazer, pelo que a região anal á a zona erógena desta fase.

 Estádio fálico:

(Dos 3 aos 5/6 anos)

            É durante este período que os rapazes e as raparigas descobrem que o corpo do homem e da mulher são diferentes e começam a explorar o seu próprio corpo, apercebendo-se que a relação entre as pessoas envolve elementos de natureza sexual. O objecto da libido é, nesta fase, constituído pelos órgãos genitais. Pelo que a criança obtém prazer ao tocar-lhes. É também nesta fase que as crianças vivem a primeira experiência de amor heterossexual. O rapaz alimenta uma atracção especial pela mãe, ao mesmo tempo que desenvolve uma agressão competitiva em relação ao pai. A rapariga, por sua vez, sente-se atraída pelo pai, vendo a mãe como um obstáculo à realização dos seus desejos. Estas vivências foram designadas, no caso do rapaz, por “complexo de Édipo”, e, no da rapariga, por “complexo de Electra”, inspirando-se em personagens da tragédia grega. A atracção pelo progenitor do sexo oposto e o sentimento de rivalidade para com o outro fazem com que surja no rapaz o desejo de imitar o pai, de ser como ele, para conquistar a mãe. Por sua vez, a rapariga identifica-se com a mãe, querendo parecer-se com ela para seduzir o pai. Num e noutro caso, as crianças estão a construir o conceito de masculinidade e feminilidade.

 Estádio de latência:

(Dos 5/6 anos aos 12/13 anos)

            Após a vivência da situação edipiana, a criança entra numa fase em que os desejos sexuais estão praticamente ausentes. Segundo Freud, o apaziguamento das pulsões sexuais é devido à amnésia infantil. A criança canaliza a energia psíquica para actividades de outro tipo. A curiosidade sexual cede lugar à curiosidade intelectual que a entrada na escola ajuda a desenvolver. O conhecimento do mundo físico e social amplia-se, afastando-se dos limites do mundo familiar carregado de afectividade. Deseja obter sucesso na escola ou noutras actividades, procurando tornar-se uma espécie de “criança modelo” bem comportada, apreciada pelos pais, professores e amigos. O aparelho psíquico, constituído pelas três instâncias – id, ego e superego -, está completamente organizado nesta fase, pelo que a estrutura da personalidade se encontra praticamente formada.

Estádio genital:

(Depois da puberdade)

            Ao período de uma sexualidade latente sucede-se um estádio em que a sexualidade desperta de novo e com grande intensidade. Isso deve-se ao fenómeno de maturação orgânica e aos impulsos desencadeados pela consequente produção de hormonas sexuais. O complexo de Édipo é revivido pelo adolescente de uma forma muito especial. O amor vivido no período fálico em relação ao progenitor do sexo oposto é agora canalizado para uma atracção heterossexual por pessoas alheias ao universo familiar. A satisfação dos impulsos da libido é agora procurada pela prática de actividades sexuais de natureza genital. Segundo Freud, não há fixação neste período, dado ser a ultima etapa do desenvolvimento psicossexual.

 Metodologia de investigação:

  Depois de ter abandonado a hipnose como meio de explorar o inconsciente, Freud considera que seria necessário constituir um método próprio. Criou então a psicanálise. O psicanalista, na sua prática terapêutica, recorre a diferentes formas de contornar as resistências que são impostas às revelações do inconsciente.

  Associações livres: O psicanalista pede ao analisado que diga tudo o que sente e pensa, sem qualquer omissão, mesmo que lhe pareça não ter importância, ser desagradável ou absurdo. Neste processo, o psicanalista começa por dizer palavras soltas, enquanto que o analisado diz a primeira coisa que lhe vem à cabeça quando se refere aquela palavra. Depois, o psicanalista tira conclusões sobre as respostas do analisado. Por exemplo: O psicanalista diz: “Felicidade”. O analisado responde: “Navalhas”. Como esta resposta fugiu ao normal de toda a gente, que responderia algo que a deixaria feliz, o psicanalista insiste neste tema até ter dados suficientes para tirar as suas conclusões. É no decorrer deste procedimento que se manifestam resistências, desejos, recordações e recalcamentos inconscientes que o analista procurará identificar e interpretar.

Interpretação dos sonhos: O psicanalista pede ao analisado para que lhe relate os sonhos. Segundo Freud, o sonho seria a realização simbólica (disfarçada) de desejos recalcados. Freud distingue o conteúdo manifesto do sonho (o que é lembrado, o que é consciente) e o conteúdo latente (os desejos, medos, recalcamentos que estão subjacentes). Cabe ao analista dar-lhe um sentido, interpretando os sonhos narrativos.

 Análise do processo de transferência: O psicanalista analisa e interpreta os dados do processo de transferência. Esta é uma transferência de traumas/sentimentos da sua fonte original para a relação com o psicanalista ou outra pessoa que rodeia o sujeito. A transferência é um processo em que o analisado transfere para o psicanalista os sentimentos de amor/ódio vividos na infância, sobretudo relativamente aos pais.

 Análise dos actos falhados: O psicanalista procura interpretar os esquecimentos, lapsos e erros de linguagem, leitura ou audição do analisado. Segundo Freud, estes erros involuntários manifestariam desejos recalcados no inconsciente e que irromperiam na vida quotidiana. Estes lapsos são uma manifestação da luta entre o que o inconsciente quer e o que o consciente consegue tolerar.

  Estas técnicas, indirectas, permitem que o próprio paciente tome consciência dos seus problemas, só assim sendo possível a sua cura.
Por seu lado a Hipnose, que não permitia a tomada de consciência do problema pelo paciente, vem a ser abandonada.

 Conclusão:

 Freud afirmava que houvera  três revoluções que mudaram a forma de encarar o ser humano: a primeira foi quando Copérnico no século XVI, demonstrou que a Terra não era o centro do universo, mas que integrava um conjunto de planetas que orbitavam em torno do Sol; a segunda aconteceu quando Darwin, no século XIX, mostrou que os seres humanos não eram uma espécie diferente dos outros animais, mas uma espécie que evolui a partir das outras; a terceira revolução seria protagonizada por si próprio, quando afirmou que não é a razão, a consciência, que controla a vida humana, mas as forças do inconsciente que ele desconhece e pouco controla.

Com Freud, abre-se uma nova perspectiva que nada tem a ver com a psicologia que toma como centro a consciência, ou que reduz o ser humano a uma fórmula simplista de comportamento estímulo-resposta. Na perspectiva freudiana, nos primeiros meses de vida de uma criança esta sentia pulsões, sobretudo de carácter sexual, que se manifestavam no seu dia-a-dia. “A criança é o pai do homem.”, afirmava Freud, querendo com isto dizer que o desenvolvimento cognitivo e social, bem como a sua personalidade seriam influenciados por aquilo que foram nos primeiros meses de vida.

“Críticas a Freud"

Actualmente muitas críticas tem sido feitas ao método psicanalítico, porém, por mais que a ciência moderna avance, muitos dos conceitos estruturadores da psique humana e os resultados obtidos pela aplicação do método, continuam melhorando a qualidade de vida de muitas pessoas. Nota-se que a revolução promovida por Freud abriu caminhos para estudos que antigamente se encontravam num plano imaginário. A criação de um método clínico a serviço do diagnóstico e tratamento de doenças da psique é um facto sem igual em toda a história da ciência.”

  Watson e o comportamento


 John Broadus Watson nascido a 1878 em Greenville foi um psicólogo americano considerado o fundador do comportamentalismo ou behaviorismo.

Foi um aluno médio, durante o seu percurso escolar, até chegar à Universidade de Chicago. Frequentou o curso de Filosofia, mas desiludido com a orientação pois biologia e psicologia é que lhe interessam, muda para Psicologia. Para suportar as suas despesas pessoais, aceita como trabalho a limpeza dos gabinetes da Universidade, bem como a vigilância dos ratos brancos dos laboratórios de Neurologia. Doutorou-se depois em Neuropsicologia, defendendo uma tese sobre a relação entre o comportamento dos ratos brancos e o sistema nervoso central. Como professor de psicologia animal, desenvolveu investigações, fundamentalmente sobre o comportamento de ratos e macacos. São as suas experiências com animais, controladas de forma rigorosa e objectiva, que lhe vão inspirar o modelo de psicologia. Os mesmos procedimentos poderão ser aplicados pelos psicólogos se eles se debruçarem sobre o estudo do comportamento humano. Daí que Watson assumisse claramente a abolição da barreira entre a psicologia humana e a psicologia animal.

 Vantagens de Watson em trabalhar com animais:

 “Nunca quis usar seres humanos nas minhas pesquisas. Detestava servir de cobaia. Não gostava daquela parafernália de instruções artificiais dadas às pessoas. Sentia-me sempre incomodado e não agia com naturalidade. Com os animais, no entanto, sentia-me em casa. Percebia que, observando-os, conseguia manter-me próximo da biologia e com os pés na terra. Aos poucos, a ideia concretizava-se: será que as minhas descobertas, observando o comportamento dos animais, não são iguais aos demais alunos que observam os seres humanos?’

WATSON, J., A history of psychology in autobiography, Clark Univ. Press, 1936, p. 276

 Watson considerava que todas as espécies tinham evoluído por selecção natural a partir de um tronco comum. Havia então uma continuidade entre os seres humanos e os animais que justificava a abolição da divisão entre a psicologia animal e humana. Para constituir-se uma ciência autónoma a psicologia devia tomar como objecto de estudo o comportamento e adoptar o método experimental, tal como na psicologia animal.

Para Watson, a psicologia não devia ter em conta nenhum tipo de preocupações introspectivas, filosóficas ou motivacionais, mas apenas e simplesmente os comportamentos objectivos, concretos e observáveis.

 O Comportamento

 A maior preocupação de Watson foi desmarcar-se da psicologia tradicional que tinha como objecto o estudo da mente, da consciência através do método introspectivo. Não nega os estados mentais nem a consciência mas considera que não se pode tomar isto como o objecto de estudo da psicologia pois são constituintes da vida pessoal de cada um, não um objecto de uma ciência.

Critica Wundt quando afirma: “Creio ser possível cria uma psicologia (…) jamais usando os termos consciência, estados mentais, mente, conteúdo, verificável por introspecção, imagem e outros afins (…) A definição pode ser feita em termos de estimulo e resposta, formação de hábitos, integração de hábitos e outros.”

Para ter o estatuto de ciência autónoma e objectiva, a psicologia tinha de tomar como objecto de estudo o comportamento, isto é, o comportamento é precisamente a resposta (R) de um individuo a um estimulo (E) ou a um conjunto de estímulos do meio ambiente (situação). O objectivo desta corrente é estabelecer relações entre os estímulos e as respostas, entre causas e efeitos, como qualquer outra ciência.

 A resposta está condicionada pela situação ou estímulo

 Seguindo o processo de investigação das outras ciências, preconiza que se parta da análise dos comportamentos mais simples para se compreender os mais complexos.

Cabe à psicologia observar, quantificar, descrever o comportamento enquanto relação causa e efeito, mas nunca interpretá-lo. Tal como noutras áreas científicas, objectivo seria enunciar leis; no caso da psicologia, leis do comportamento a partir do estudo da variação das respostas em função dos estímulos. Conhecido o estímulo, seria possível prever a resposta, e vice-versa.

 O papel do meio

 Para Watson a concepção do ser humano é como uma página em branco inicial que o meio e a educação vão moldar. Isto é o papel do meio no desenvolvimento duma criança está bem explicita nas seguintes afirmações de Watson:

 “Dêem-se meia dúzia de crianças sadias, bem constituídas, e a espécie de mundo que preciso para as educar, e eu garanto que, tomando qualquer uma delas ao acaso, prepará-la-ei para se tornar um especialista que eu seleccionar: um médico, um comerciante, um advogado e, sim, até um pedinte ou ladrão, independentemente dos seus talentos, inclinações, tendências, aptidões, assim como da profissão e da raça dos seus ancestrais”

WATSON, J., Behaviriorism, Norton, 1925, p.82

 Os comportamentos são, então, aprendizagens condicionadas pelo meio em que nos encontramos inseridos, o comportamento humano é produto de condicionamentos. O ser humano reage aos estímulos exteriores em função dos reflexos condicionados que adquiriu.

 Watson realizou uma experiência com Rosalie Rayner que tem por objectivo mostrar o modo como ocorre a aprendizagem, no caso, do medo. Utilizou como cobaia uma criança de 11 meses, o “Pequeno Albert”, e a experiencia consistia em analisar qual a reacção da criança à presença de animais de diferentes espécies. Inicialmente, Albert tem contacto com um coelho branco com o qual brinca, mas que não despertou nele qualquer reacção. O mesmo acontece com um rato branco. A certa altura, os experimentadores fazem soar um ruído que passaram a associar ao aparecimento do rato, provocando medo na criança. Ao ver o rato começou a chorar, mas também ao ver o coelho branco, um homem com barba branca, etc. Concluiu que grande parte das respostas dos seres humanos são resultado de aprendizagens condicionadas pelo meio.

Rejeita qualquer ideia de transmissão hereditária de uma aptidão ou qualidade de carácter. “O homem não nasce, constrói-se” , o meio constrói o ser humano e, por isso, a importância da educação.

 Metodologia de investigação

 Como outras ciências que decompõe o objecto de estudo nos seus elementos mais simples, também em psicologia se teria de decompor o comportamento nos seus elementos mais simples para puderem ser explicados de um modo objectivo e rigoroso. Para tal efeito recorre ao método experimental: define uma amostra da população dividindo-a em dois grupos. No grupo experimental faz variar o factor que considera responsável pelo comportamento (variável independente). No grupo de controlo não há qualquer intervenção. O comportamento dos dois grupos é depois comparado, e caso seja confirmado por outras experiencias, faz-se a generalização para a população. A experiencia é dividida em duas fases, a primeira que é a hipótese previa que é a construção teórica segundo a qual introdução o alteração de um factor A irá provocar a introdução ou alteração de um factor B, e a segunda parte que é a experimentação, isto é a verificação da hipótese, onde se faz o controlo das variáveis (variável independente: causa, estimulo, situação; variável dependente: variável comportamental e dependente da variável independente; variáveis parasitas: o que complica o processo experimental, o que interfere nas outras variáveis).

Para Watson, só o método experimental asseguraria o carácter científico à psicologia.

 Conclusão

 Já deu para vermos que Watson teve um papel importantíssimo na história da psicologia. Deixa para trás as concepções dominantes da época e adopta um modelo de investigação e de interpretação que tem como objectivo dar a psicologia um estatuto de ciência objectiva. Afastou a psicologia do estudo dos processos mentais e comportamentos mais complexos, confiando o comportamento à fórmula E (Estimulo) – R (Resposta) e decompondo-o nas suas componentes mais simples.

Quanto às críticas, estas surgiam sobretudo pelo facto de não ter tido em conta os estados mentais e as representações mentais apenas para o estudo dos comportamentos observáveis.

            Ao considerar que o ser humano é resultado de processos de aprendizagem, deu grande ênfase à influência do meio.

Método Experimental
 Tal como o método experimental de Watson diz, primeiro tive de delinear uma hipótese prévia e se seguida seguir para a experimentação.

A hipótese prévia do trabalho foi que sair à noite ao fim de semana influência negativamente o desempenho escolar dos alunos, como tal a nossa variável independente era o sair à noite ao fim-de-semana, a variável dependente o desempenho escolar dos alunos e como variáveis parasitas a ingestão de álcool, poucas horas de sono, .. entre outras.

Para analisar esta  hipótese prévia  recorre-se à metodologia dos inquéritos, mas visto que não era possível realizar inquéritos a todos os alunos, começa-se por optar fazer só aos alunos do 12º ano e por fim decide-se por fazer apenas a 20 pessoas que corresponde a 17,54% dos estudantes a frequentar o 12º ano. Como a diferença neste ano entre rapazes e raparigas é insignificante, havendo 55 rapazes e 59 raparigas, vamos realizar inquéritos a 10 rapazes e igualmente 10 raparigas.
No inquérito tentamos por perguntas que nos interessavam para o trabalho, que foram as mais tarde analisadas, mas também pusemos outras menos interessantes apenas para os inquiridos não se centrarem em algumas perguntas e respondessem o mais verosímil possível.

O inquérito que poderá ser efectuado encontra-se adiante.

Para analisarmos os inquéritos recorremos a uma primeira analise mais quantitativa e depois uma mais qualitativa a ligar as respostas dos inquiridos.

Será que sair ao fim de semana prejudica o rendimento escolar dos alunos?

Será que podemos chegar a alguma conclusão para prever determinados comportamentos?

  Inquérito 

1-      Costumas sair ao fim de semana?   Sim __           Não  __      
( Se respondeste não o teu inquérito acaba aqui!)

 

2-      Costumas sair: Sexta          Sábado __        Domingo  __        

 

3-      Achas que o dia a seguir a uma ‘noite’ é um dia com pouco rendimento?
Sim__           Não __

 

4- A que horas te costumas deitar e levantar se saíres à sexta-feira?
_________________________________________________________
 

5-      Quando sais à sexta ingeres bebidas alcoólicas?      Sim __         Não__
(Se respondeste não passa para a pergunta 7)

 

6-      Que bebidas costumas ingerir e que quantidade?

Cerveja    1 – 5 __           5 – 10 __        mais de 10__

Bebidas espirituosas       1 – 5 __         5 – 10__           mais de 10__

 

 

7-A que horas te costumas deitar e levantar se saíres ao sábado?
_______________________________________________________
 

8-      Quando sais ao sábado ingeres bebidas alcoólicas? Sim__          Não__
(Se respondeste não passa para a pergunta 10)

 

9-      Que bebidas costumas ingerir e que quantidade?

Cerveja    1 – 5 __           5 – 10__         mais de 10__

Bebidas espirituosas       1 – 5__          5 – 10 __          mais de 10__

 

10-      Se tiveres teste na segunda e saíres no sábado achas que afecta negativamente?
Sim __          Não__

 

11-      A que horas te costumas deitar ao domingo?
_____________________________________________________
 

12-      Quando sais ao domingo ingeres bebidas alcoólicas? Sim __         Não__
(Se respondeste não passa para a pergunta 14)

13-      Que bebidas costumas ingerir e que quantidade?

Cerveja    1 – 5__            5 – 10__         mais de 10__

        Bebidas espirituosas       1 – 5__          5 – 10 __          mais de 10__

 

14-      No último mês quantas ‘bebedeiras’ apanhaste? ______

 

15-      A que horas acordas à segunda-feira? _______
E a que horas começam as tuas aulas? _______

 

16-      Qual o dia de semana que mais te custa a passar?
_________________________________________

17-      Com que frequência costumas estudar?

               Diariamente__
               Véspera testes__
               Fim-de-semana__
 

18-      Quanto tempo dura cada sessão de estudo?
___________________________________________

 Piaget e a inteligência

 

Jean Piaget nascido a 1896 em Neuchâtel, Genebra, estudou inicialmente biologia, na Suíça, e posteriormente dedicou-se à área de Psicologia, Epistemologia e Educação, professor de psicologia na Universidade de Genebra de 1929 a 1954, conhecido principalmente por organizar o desenvolvimento cognitivo numa série de estágios.

Jean Piaget demonstrou interesse por História Natural ainda na infância, tendo aos onze anos publicado seu primeiro artigo, sobre um pardal albino, que é considerado o início de sua carreira como cientista. Durante a adolescência, trabalhou como voluntário na secção de moluscos do museu de História Natural, escrevendo artigos sobre o tema. Piaget frequentou a Universidade de Neuchâtel, onde estudou Biologia e Filosofia. Formou-se em Ciências Naturais com 21 anos e, um ano depois, doutorou-se em Zoologia. Em Zurique, passou a interessar-se e a estudar psicologia e psiquiatria. Depois de formar-se foi para Zurich, onde trabalhou como psicólogo experimental e frequentou aulas ministradas por Carl Jung, além de trabalhar em psiquiatria. Em 1919 foi para Paris, onde desenvolveu trabalhos no Laboratório de Alfred Binet, investigando o desenvolvimento intelectual da criança a partir de testes elaborados pelo investigador francês. É este trabalho que o irá motivar a desenvolver as suas pesquisas na área da psicologia do desenvolvimento. Em 1921, retorna para a Suíça e assume as funções de director de estudos no Instituto Jean-Jacques Rousseau da Universidade de Genebra, onde iniciou sua carreira, ao registar suas observações de crianças a brincar, que deram o fundamento para a construção de sua teoria. Piaget casasse e tem três filhas: Jacqueline (1925), Lucienne (1927) e Laurent (1931). Uma parte da teoria piagetiana teve por base as observações de Piaget a respeito do desenvolvimento cognitivo de seus filhos durante a primeira infância.

Aos 27 anos, escreveu o seu primeiro livro de psicologia: A Linguagem e o Pensamento na Criança. Em 1925, ocupou o cargo de professor de Filosofia na sua cidade natal. Na década de 50, fundou, congregando investigadores de vários ramos do saber, o "Centro Internacional de Epistemologia Genética" da Faculdade de Ciências da Universidade de Genebra, de onde saíram importantes obras de psicologia cognitiva. Leccionou a disciplina de Psicologia da Criança, a partir de 1952, na Sorbone, Paris.

Piaget revolucionou as concepções de inteligência e de desenvolvimento cognitivo partindo de pesquisas baseadas na observação e em entrevistas que realizou com crianças. Interessou-se fundamentalmente pelas relações que se estabelecem entre o sujeito que conhece e o mundo que tenta conhecer. Considerou-se um epistemólogo genético porque investigou a natureza e a génese do conhecimento nos seus processos e estágios de desenvolvimento.

 O desenvolvimento cognitivo

 Na década de 20, a psicologia está dominada por duas correntes completamente opostas, uma que defende que o cérebro contém estruturas inatas que determinam o modo como o sujeito organiza o mundo e as aprendizagens, para estes o conhecimento é inato e outra que considera que o sujeito é determinado pelos condicionamentos do meio, e para estes o conhecimento é adquirido por estímulos do ambiente. Piaget vai propor um novo modelo explicativo afastando-se do extremo das duas correntes, Jean Piaget defende que o sujeito constrói os seus conhecimentos pelas suas próprias acções. A inteligência é assim produto de um processo de adaptação, no qual tanto interagem as estruturas mentais como a influencia do meio. Podemos dizer que Piaget advoga uma posição interaccionista, pois ele afirma que todo o processo de desenvolvimento cognitivo defende um processo de interacção entre o sujeito e o meio e além disso explica tambem que o desenvolvimento cognitivo resulta de uma construção constante o que faz que também ele defenda uma posição construtivista. Este processo interactivo desenvolve-se por etapas, que Piaget designa por estádios de desenvolvimento.

 Mecanismos de adaptação

 - Assimilação: processo através do qual o sujeito integra os dados, as informações do meio, nas estruturas cognitivas existentes

- Acomodação: processo através do qual as estruturas cognitivas do sujeito sofrem alterações em função dos dados provenientes do meio

- Equilibração: processo de auto-regulação entre assimilação e acomodação que permite a adaptação do individuo ao meio, possibilitando uma progressão no sentido de um pensamento cada vez mais complexo. Compensação activa entre as novas aquisições e as anteriores.

 Factores que condicionam o desenvolvimento

 - Hereditariedade

- Experiencia física

- Transmissão social

- Equilibração

 Estádios de desenvolvimento cognitivo

 Para Piaget, o desenvolvimento intelectual processa-se em quatro estádios sucessivos, que são: estádio sensoriomotor, estádio pré-operatório, estádio das operações concretas e estádio das operações formais. A idade em que cada criança atinge cada um dos estádios não é certa apesar de Piaget ter apresentado idade médias. Cada estádio corresponde a diferentes formas de ver, compreender e agir sobre o mundo.

 Estádio sensoriomotor (0 – 2 anos):

  • Desenvolvimento das capacidades perceptivas e motoras.
  • Coordenação das respostas.
  •  Noção de permanência do objecto (9 meses)
  •  Inteligência prática que se aplica à resolução de problemas concretos.
  • A adaptação ao meio faz-se através de esquemas sensoriomotores.
  • Início da função simbólica.

 Estádio Pré-operatório (2 – 6 anos):

 

  •  Desenvolvimento da função simbólica.
  •  Desenvolvimento do pensamento e da linguagem.
  •  Pensamento irreversível.
  •  Egocentrismo.
  •  Pensamento intuitivo baseado em regras mas muito influenciado pelos dados da percepção.
  •  Mundo mágico

 Estádio das operações concretas (6 – 12 anos):

 

  • Desenvolvimento da reversibilidade e da descentração.
  • Desenvolvimento do pensamento lógico recorrendo a objectos concretos - não é ainda um pensamento abstracto.
  • Domínio das noções de conservação de matéria, peso e volume.
  • Capacidade de fazer seriações e classificações.

Estádio das operações abstractas (a partir dos 12 anos):

  • Desenvolvimento do pensamento lógico, formal, abstracto.
  • Realizam-se operações sobre ideias.
  • Egocentrismo intelectual – crença no poder ilimitado da reflexão.
  • Pensamento hipotético-dedutivo.
  • Capacidade de abstracção.
  • Deduz e induz de modo sistemático organizado.

Metodologia de investigação

Piaget alem das inovações que introduziu no campo da psicologia do desenvolvimento, os métodos que aplicou e promoveu são de grande valia para a psicologia no geral. Piaget reflectiu e desenvolveu estudos sobre os propriis processos metodológicos, que se centram sobretudo na aplicação do método clínico e na observação naturalista.
A sua experiência de biólogo orientou-o na observação naturalista dos seus filhos, dos filhos dos seus amigos, de crianças em várias situações do dia-a-dia, na escola, etc. Muitas das suas obras constituem uma ilustração dos seus métodos – observação, entrevista clínica - , que visavam seguir o processo de conhecer e pensar das crianças. 

 Conclusão

A sua contribuição para a compreensão do desenvolvimento intelectual do ser humano é incontornável. Formou a primeira grande teoria do desenvolvimento da inteligência. Os efeitos das suas concepções ultrapassaram o âmbito da psicologia, influenciando decisivamente a pedagogia e educação.

Que caminho para a educação?

Que caminho para uma sociedade justa,saudavel e harmoniosa?

É também fundador de uma nova área do saber, a epistemologia, cujo objectivo passa pela compreensão da natureza e da origem do conhecimento.

A sua obra marca uma ruptura não só com a maneira como a criança era encarada: abre uma nova perspectiva sobre o conhecimento e o pensamento humanos. A sua concepção construtivista e interaccionista, que perspectiva o ser humano como resultado de factores genéticos e ambientais, superou as perspectivas inatistas e comportamentalistas.

 Como aplicar a Psicologia ?

Os seus métodos ?

No desenvolvimento ?

Na educação ?

No comportamento ?

É obvio que a ciência Psicológica forma um elo importantissimo com a sociedade... Na resolução dos seus problemas... Em estudos com as ciências sociológicas, antropológicas e pedagógicas...

A imagem da sociedade reflecte-se no conhecimento que é difundido por estas ligações do saber...e do conhecer...para actuar...

Na busca da "excelência humana"...

Uma sociedade que se quer solidária ! !

 

  

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