Solidariedade e a Psicologia
22-09-2009 15:52A promoção solidária é uma entrega e uma dádiva de tempo de vida, na base de uma dinâmica própria, que leva à concretização de múltiplas acções, na sua grande maioria com resultados concretos e palpáveis na melhoria das condições de vida de muitos e muitos concidadãos.
A promoção solidária vive-se numa entrega voluntária a sensibilidades, a capacidades e a ideias e desenvolve-se na ciência do intuir necessidades, projectar respostas, realizar propósitos e sonhos...
A promoção solidária reflecte-se, também, na expressão de um tempo e de uma prática de inegável virtude: de saber crer, saber querer, saber fazer.
Essa ciência’virtude de saber crer, saber querer e saber fazer assenta numa cultura, ou numa forma de estar na vida, em que se vão desenvolvendo valores como os da fé, da vontade, da justiça, da verdade, da persistência, da teimosia...
São estes valores e estes saberes – valores e saberes de natureza e de virtude – que moldam os agentes da promoção solidária particularmente, dos seus voluntários e dinâmicos dirigentes.
São valores e saberes que se apoiam numa prática desenvolvida ao longo de décadas, com postura perante a vida, perante as pessoas, perante os problemas e perante os dramas sociais, solidificando-se, desenvolvendo-se e adaptando-se às realidades, às necessidades e às vicissitudes de cada época.
Cada dirigente solidário e cada instituição particular de solidariedade social (IPSS) tem a sua história própria, individualizada das demais, porque é uma história caldeada de acordo com as circunstâncias em que se desenvolve, dos desafios que ousa enfrentar e dos padrões culturais das terras que as quiseram e as querem como suas a que se responde com a tal ciência’virtude’cultura de saber crer, de saber querer, de saber fazer e com acentuados graus de liberdade para que a capacidade imaginativa e criadora floresça e permanentemente se desenvolva...
É neste espaço de ciência’ virtude’cultura, neste mundo de valores e saberes que estão milhares de dirigentes de muitas e muitas instituições particulares de solidariedade social, numa verdadeira comunhão dinâmica.
BANCOS ALIMENTARES CONTRA A FOME ANGARIAM 1.935 TONELADAS DE ALIMENTOS NA CAMPANHA DO ÚLTIMO FIM DE SEMANA |
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Os Bancos Alimentares Contra a Fome recolheram em Portugal no passado fim-de-semana um total de 1.935 toneladas de géneros alimentares na campanha realizada em 1.219 superfícies comerciais das zonas de Abrantes, Algarve, Aveiro, Braga, Coimbra, Cova da Beira, Évora e Beja, Leiria-Fátima, Lisboa, Oeste, Portalegre, Porto, Santarém, Setúbal e S.Miguel.Os resultados obtidos patenteiam uma extraordinária adesão a esta acção, que decorre duas vezes por ano desde 1992. Mesmo em clima de profunda crise económica, os portugueses voltaram a fazer prova da sua tradicional solidariedade, continuamente patenteada de forma inquestionável desde que o Banco Alimentar Contra a Fome iniciou actividade.Numa altura em que a união de esforços é mais do que nunca necessária e em que um pequeno gesto de cada um faz mais sentido, os resultados desta campanha mostram que os portugueses respondem positivamente aos apelos de acções mobilizadores e credíveis.A quantidade agora recolhida compara com 1.636 toneladas recolhidas em Maio de 2008, ou seja, um acréscimo de 18%.A maior acção de voluntariado23 mil voluntários disponibilizaram algum do seu tempo durante o fim-de-semana para participar na campanha de recolha. Tarefas como a recolha nos estabelecimentos comerciais, o transporte, pesagem e separação dos produtos, foram integralmente asseguradas por voluntários, confirmando assim a adesão entusiástica ao projecto dos Bancos Alimentares Contra a Fome. Os géneros alimentares recolhidos serão distribuídos a partir da próxima semana a mais de 1.600 Instituições de Solidariedade Social que os entrega, a cerca de 250 mil pessoas com carências alimentares comprovadas, sob a forma de cabazes ou de refeições confeccionadas.Trata-se da maior acção de voluntariado organizada em Portugal, mostrando que a acção conjunta de todos os agentes de solidariedade gera resultados muito superiores aos que seriam obtidos se cada um deles resolvesse agir de forma isolada.Ao longo da próxima semana, até 7 de Junho, haverá ainda a possibilidade de contribuir para os Bancos Alimentares Contra a Fome através da Campanha "Ajuda Vale", presente em todas as lojas das cadeias Pingo Doce⁄Feira Nova, Dia⁄Minipreço, El Corte Inglês, Jumbo⁄Pão de Açúcar, Lidl, Modelo⁄Continente.Nesses estabelecimentos serão disponibilizados em suportes próprios cupões-vale de 5 produtos seleccionados (azeite, óleo, leite, salsichas e atum). Cada cupão representa uma unidade do produto (por exemplo, "1 litro de azeite", "1 litro de leite", etc.). Este cupão, para além de mencionar que se trata de uma entrega destinada aos Bancos Alimentares Contra a Fome, refere de forma clara a identificação do tipo de produto, da unidade e do correspondente código de barras, através do qual é efectuado o controlo das dádivas. Ao efectuar o pagamento, o dador entrega o cupão "Ajuda Vale" na caixa registadora. A logística de recolha e transporte para os Bancos Alimentares contra a Fome fica a cargo da cadeia de distribuição aderente. As doações são auditadas por uma empresa externa especializada.Também na rede de cerca 3300 lojas Payshop espalhadas por todo o País é possível contribuir para esta campanha, efectuando uma doação em dinheiro que será convertida em leite e dará lugar à emissão de recibo.Alguns dados relativos à actividadeA actividade dos Bancos Alimentares Contra a Fome prolonga-se ao longo de todo o ano. Para além das campanhas de recolha em supermercados, organizadas duas vezes por ano, os Bancos Alimentares Contra a Fome recebem diariamente excedentes alimentares doados pela indústria agro-alimentar, pelos agricultores, pelas cadeias de distribuição e pelos operadores dos mercados abastecedores. São assim recuperados produtos alimentares que, de outro modo, teriam como destino provável a destruição. Estes excedentes são recolhidos localmente e a nível nacional no estrito respeito pelas normas de higiene e de segurança alimentar. Deste modo, para além de combaterem de forma eficaz as carências alimentares, os Bancos Alimentares Contra a Fome lutam contra uma lógica de desperdício e de consumismo, apanágio das sociedades actuais.Recolha nacional, ajuda localOs Bancos Alimentares Contra a Fome distribuem, ao longo de todo o ano, os géneros alimentares recorrendo a Instituições de Solidariedade Social por si seleccionadas e acompanhadas em permanência. Incentivam as visitas domiciliárias e o acompanhamento muito próximo e individualizado de cada pessoa ou família necessitada por estas instituições, de forma a ser possível efectuar, em simultâneo, um verdadeiro trabalho de inclusão social.Em 2008, os catorze Bancos Alimentares Contra a Fome operacionais distribuíram um total de 17.500 toneladas de alimentos (equivalentes a um valor global estimado superior a 27.352 milhões de euros), ou seja, um movimento médio de 69,4 toneladas por dia útil.A actividade dos Bancos Alimentares norteia-se pelo princípio genérico da "recolha local, ajuda local", aproximando os dadores dos beneficiários e permitindo uma proximidade entre quem dá e quem recebe. Possibilita o encontro entre voluntários e instituições beneficiárias, por um lado, e entre fornecedores da indústria agroalimentar, empresas de serviços, poderes públicos e o público em geral, em especial durante os fins-de-semana das campanhas de recolha, em que todos trabalham lado a lado por uma causa comum: a luta contra as carências alimentares e a fome.Em 1992, nasceu em Portugal o primeiro Banco Alimentar Contra a Fome seguindo o modelo dos "Food Banks" norte americanos, à altura já implantado na Europa, em França e na Bélgica. Estão actualmente em actividade no território nacional 15 Bancos Alimentares, congregados na Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares, com o objectivo comum de ajudar as pessoas carenciadas, pela doação e partilha. Existem 282 Bancos Alimentares operacionais na Europa, que em 2008 distribuíram 294.500 toneladas de produtos a 4,5 milhões de pessoas, através de 27.000 associações.
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