Modelo Concetual de Coesão

16-04-2013 11:27

O Modelo concetual de Coesão desenvolvido por Carron (1985) teve como pressupostos os aspetos individuais e grupais da coesão que são representados, pelas crenças e perceções múltiplas dos indivíduos enquanto membros do grupo. 

O modelo concetual da coesão, apresenta quatro dimensões respeitantes a crenças e perceções que fazem parte do processo dinâmico que caraterizam a coesão do grupo:

  •  Integração do grupo em relação aos aspetos sociais (IG-S);

 

  •  Integração do grupo em relação à tarefa (IG-T);

 

  •  Atração individual para o grupo em relação aos aspetos sociais (IG-S);

 

  •  Atração ao grupo em relação à tarefa (AIG-S). 

 

Modelo concetual de coesão

 

Fonte: Adaptado de Widmeyer et al., 1985

 

 

 

 

 

 

 

 

Crenças e perceções acerca da Coesão

  • Integração do Grupo (para a Tarefa e no âmbito Social)

  • Atrações indivíduais para o Grupo (na Tarefa e/ou no âmbito Social)

 

A relação entre as dimensões e o pressuposto que estas crenças, ao agirem em conjunto, criam o sentimento de coesão no grupo e nos respetivos membros, são indicadores da multidimensionalidade desta construção. Tendo por base o conceito da multidimensionalidade da coesão, Carron et al., (1985), entre outros investigadores desenvolveram The Group Environment Questionnaire que associou as dimensões do modelo às subescalas resultantes da análise psicométrica «, devendo-se também referir que como forma de avaliar a coesão social temos a sociometria introduzida por Moreno (1934).

O sistema concetual geral da coesão em equipas desportivas, conforme se ilustra a figura, criado por Carron (1982), com o objetivo de organizar, sintetizar e orientar o conjunto de estudos nesta área – apresenta a coesão social e a coesão na tarefa como variáveis mediadoras da relação entre os fatores ambientais, pessoais, liderança, equipa, produtos grupais e individuais.

 Sistema concetual geral da coesão em equipas desportivas

Questionário de ambiente no Grupo Fonte: Adaptado de Carron, 1982

A relação entre este conjunto de variáveis permitiu aos investigadores examinarem o impacto das situações antecedentes ou moderadoras da coesão nos grupos desportivos. Segundo Carron (1982), o conjunto das variáveis antecedentes, acima indicadas, representam uma hierarquia de fatores moderadores que partem do mais geral para o mais relevante e específico. Este autor considerou assim, por esta ordem de importância, os fatores ambientais ou situacionais, pessoais, liderança e da equipa.

Desenvolvimento da Coesão nas Equipas Desportivas

Carron (1990) mencionou a importância de processos de comunicação eficazes no grupo para o desenvolvimento da coesão. No mesmo sentido, referiu que a coesão de grupo aumenta, quando existe um clima de abertura e comunicação entre os membros da equipa relativamente aos aspetos sociais e de tarefa.

Weinberg e Gould (1995), indicaram algumas formas pelas quais os atletas também podiam contribuir para a coesão da equipa:

  • Procurar conhecer os colegas da equipa, em particular os recém – chegados;

 

  • Ajudar os colegas sempre que possível;

 

  • Reforçar, de uma forma positiva e construtiva, os colegas da equipa que se encontrem em dificuldades;

 

  • Não culpabilizar os colegas pelos seus insucessos ou baixa produtividade;

 

  • Comunicar de uma forma honesta e aberta com o treinador;

 

  • Resolver os conflitos com o treinador ou colegas, de forma imediata, a fim de evitar que os sentimentos e atitudes negativas surjam, mais tarde, em alturas impróprias;

 

  • Esforçar-se ao máximo, especialmente nos treinos.

Carron (2001), em estudos efetuados com atletas de equipas de elite examinou a relação entre a coesão da tarefa e o êxito da equipa, onde verificaram que existe uma forte relação entre estes dois fatores.

Num outro estudo realizado por Loughead e Carron (2004) o apoio para esta coesão, é operacionalizado pelas atrações individuais ao grupo – tarefa, que faz de mediador no relacionamento do comportamento de líder, na interação da tarefa e satisfação dos atletas. Portanto, é recomendado que os líderes utilizem comportamentos relacionados com a tarefa para aumentar a coesão no grupo, e assim melhorar a satisfação do exercício.

Também Patterson (2005) efetuou um estudo sobre a influência das normas da equipa no relacionamento com desempenho da auto – coesão, onde usou três preditores: a coesão, as normas e a interação entre a coesão. Para o estudo utilizou uma amostra com 298 atletas, em que os atletas das equipas que perceberam melhor as normas para as interações sociais apresentavam coesão social mais elevada (i.e. grupo integração – social) e tiveram um desempenho melhor.

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