Kohlberg

18-06-2009 17:34

Ideia principal

Kohlberg - Defende que o desenvolvimento a nível moral ocorre principalmente a 3 níveis: pré convencional, em que o indivíduo só se preocupa consigo; convencional, já na altura da adolescência, em que o idivíduo age para agradar às pessoas de que gosta; e pós convencional, em que existe um maior relativismo, equilíbrio a nivel de juízos morais.

Estádios de desenvolvimento moral, segundo Kohlberg

Nível Pré-convencional
Estádio 1 (3-5 anos) –
Pressupõe uma moral heterónoma, isto é uma educação que visa à obediência a uma entidade de respeito vinda do exterior e para o castigo.
• Existe uma deferência egocêntrica, a criança pensa apenas nela própria.
• A acção é avaliada pelas consequências, castigo ou recompensa, da autoridade exterior, isto faz com que a criança não aja por ela mesma.

 

Estádio 2 (5 – 7) –
 Caracterizado pelo individualismo, apropria-se de tudo ao seu dispor
• Orientação egoísta, em que a criança não é capaz de um raciocínio moralmente correcto, apenas para aquele que a beneficia.
Suma: criança manipuladora e egocêntrica, as suas acções tendem a reflectir consequências positivas (a recompensa)

Nível Convencional
Estádio 3 (8-11 anos) –
• Orientação do bom rapaz, linda menina – aquilo que o meio social e familiar compreende como parâmetros correctos.
• Conformidade aos estereótipos sociais – orientação para agradar o outro
Estádio 4 (14 – 14anos) –
• Orientação para a manutenção da ordem social e da autoridade – mais do que a aprovação dos outros visa garantir a
• Respeito pelas expectativas sociais depositadas no indivíduo – do contexto onde está inserido, princípios de honra relacionados com populações pequenas.
Suma: valores baseados nos bons e maus papeis e na manutenção da ordem convencional.

Nível Pós-convencional

Estádio 5 (acima do 15 anos)-
• Orientação contratual e legalista, isto é, baseado nos contratos legais , nos direitos básicos e nos valores morais mesmo que exista conflito entre as regras do grupo.
• Diferencia para com o bem-estar dos outros e pelo cumprimento dos contratos – consideração do ponto de vista legal e do ponto de vista dos outros e procura reconhecer o conflito entre eles, de forma a fazer escolhas que tragam o maior bem para o maior numero.
Estádio 6-

Orientação pelos princípios éticos universais – relação dos princípios éticos com a noção de justiça, dignidade humana, direitos humanos e igualdade de direitos. Aqui os princípios de justiça não são apenas produtos da sociedade para resolver eficazmente os conflitos, mas sobretudo o reflexo de uma ordem natural que reside tanto na natureza humana como na ordem cósmica. São princípios éticos e universais no sentido de que são um produto de desenvolvimento da natureza humana, estando assim presentes em todas as sociedades e culturas.
Suma: o self apresenta-se em conformidade com princípios, padrões e deveres associados a valores éticos e universais.

A teoria de Kolhberg é um dos exemplos mais significativos de uma teoria moral centrada na defesa dos princípios éticos e preocupada com o desenvolvimento do raciocínio moral.

A moralidade tem sido estudada por psicólogos do ponto de vista afetivo (Psicanálise), do ponto de vista comportamental (behaviorismo, teoria de aprendizagem social) e do ponto de vista cognitivista (Piaget e Kohlberg). Uma apresentação dessas teorias está publicada no livro Psicologia do Desenvolvimento, de Biaggio (1975; 1988) no seguinte quadro...

 

 Estágios de Desenvolvimento Moral de Kohlberg

 

Estágio 1 - Orientação para a punição e a obediência.
Neste estágio, a moralidade de um acto é definida em termos de suas consequências físicas para o agente. Se a ação é punida, está moralmente errada; se não for punida, está moralmente correta. "A ordem sócio-moral é definida em termos de status de poder e de possessões ao invés de o ser em termos de igualdade e reciprocidade" (Kolberg, 1971, p.164). Assim, frequentemente neste estágio se responde que o marido estava certo em roubar o remédio caso não tenha sido apanhado em flagrante e preso.

Estágio 2 - Hedonismo instrumental relativista.
A ação moralmente correta é definida em termos do prazer ou da satisfação das necessidades da pessoa. A igualdade e a reciprocidade emergem como "olho por olho, dente por dente".
Os sujeitos neste estágio podem dizer que um marido deve roubar para salvar a vida da mulher porque ele precisa dela para cozinhar, ou porque ele poderia vir a precisar que ela salvasse a vida dele, por exemplo.

Estágio 3 - Moralidade do bom rapaz, da aprovação social e das relações interpessoais.
O comportamento moralmente certo é o que ganha a aprovação de outros. Trata-se da moralidade de conformismo a estereótipos, por exemplo: "É papel de todo bom marido salvar a vida da sua mulher". Há uma compreensão da regra "Faça aos outros aquilo que você gostaria que lhe fizessem", mas há dificuldade de uma pessoa se imaginar em dois papéis diferentes.
Neste estágio, surge a concepção de equidade através da qual há a concordância de que é justo dar mais a uma pessoa mais desamparada.

Estágio 4 - Orientação para a lei e a ordem, autoridade mantendo a moralidade.
Há grande respeito pela autoridade, por regras fixas e pela manutenção da ordem social. Deve-se cumprir o dever. A justiça não é mais uma questão de relações entre indivíduos, mas entre o indivíduo e o sistema. A justiça tem a ver com a ordem social estabelecida e não é uma questão de escolha pessoal moral. O estágio 4 é o mais freqüente entre adultos. Neste estágio, mesmo quando respondem que o marido deve roubar o remédio, as pessoas enfatizam o carácter de exceção dessa medida e a importância de se respeitar a lei, para que a sociedade não se torne um caos.

Estágio 5 - A orientação para o contrato social democrático.
Este é o primeiro estágio que pertence ao nível pós-convencional. As leis não são mais consideradas válidas pelo mero fato de serem leis. O indivíduo admite que as leis ou costumes morais podem ser injustos e devem ser mudados. A mudança é buscada através dos canais legais e contratos democráticos. Neste estágio, os sujeitos geralmente trazem a idéia de que deveria haver uma lei proibindo o abuso do farmacêutico.

Estágio 6 - Princípios universais de consciência.
Neste estágio, o pensamento pós-convencional atinge seu nível mais alto. O indivíduo reconhece os princípios morais universais da consciência individual e age de acordo com eles. Se as leis injustas não puderem ser modificadas pelos canais democráticos, o indivíduo ainda resiste a elas. É a moralidade da desobediência civil, dos mártires e dos revolucionários, e de todos aqueles que permanecem fiéis a seus princípios ao invés de se conformarem com o poder estabelecido e com a autoridade.

 

É importante notar que a teoria de Kohlberg é estrutural, de modo que os estágios refletem maneiras de raciocinar, e não conteúdos morais. Assim é que uma pessoa pode ser classificada em qualquer um dos estágios, tanto dizendo que se deve roubar o remédio, como dizendo que não se deve. O importante é a justificativa que a pessoa dá para sua decisão.

 podemos dizer que no nível pré-convencional (estágios 1 e 2) não há ainda uma internalização de princípios morais. Um ato é julgado pelas suas conseqüências e não pelas suas intenções. Se as consequências levam a castigo, o ato foi mau, se levam a prazer, o acto foi bom. Estamos ainda numa fase pré-moral. O nível convencional é o nível de internalização por excelência. O indivíduo acredita no valor daquilo que julga como certo e afirma que se deve fazê-lo em nome da amizade, da aceitação pelos companheiros (estágio 3) ou do respeito à ordem estabelecida (estágio 4). Note-se que o respeito à ordem aqui é diferente do primitivo medo da autoridade e da punição que caracteriza o pensamento do estágio 1. No estágio 4 já aparece o respeito à sociedade, ao bem-estar do grupo e às leis estabelecidas pelo grupo. No nível pós-convencional, encontramos pela primeira vez o questionamento das leis estabelecidas e o reconhecimento de que elas podem ser injustas, devendo ser alteradas. Vai-se além da internalização. Na perspectiva de Kohlberg, há limitações óbvias à perspectiva do estágio 4, valorizando-se a manutenção das leis, enquanto que no nível pós-convencional tem-se a criação de novas leis ou a modificação de leis.

 

  Piaget 

  •  Defende que que o desenvolvimento a nível de carácter e juízos morais que fazemos ocorre em duas etapas: até aos 10 anos, em que o indivíduo rege-se por leis, regulamentos já estabelecidos; a partir dos 10 anos, em que o indivíduo já age segundo um maior relativismo, age em consonância com as leis e a situação.
  • Faz referência a dois estadios distintos: o absolutismo moral e o relativismo moral. O primeiro, as leis são iguais para todos e são para ser cumpridas...Estamos a falar numa faixa etária entre 10/11 anos. No segundo estádio, as leis são relativas, tem-se que ponderar vários aspectos para determinar se uma pessoa está a agir bem ou mal...cada caso é um caso... 

Experiência de Milgram  

The Milgram experiment was a series of social psychology experiments conducted by Yale University psychologist Stanley Milgram, which measured the willingness of study participants to obey an authority figure who instructed them to perform acts that conflicted with their personal conscience. Milgram first described his research in 1963 in an article published in the Journal of Abnormal and Social Psychology, and later discussed his findings in greater depth in his 1974 book, Obedience to Authority: An Experimental View.

The experiments began in July 1961, three months after the start of the trial of Nazi war criminal Adolf Eichmann in Jerusalem. Milgram devised the experiments to answer this question: "Could it be that Eichmann and his million accomplices in the Holocaust were just following orders? Could we call them all accomplices?"

Milgram summarized the experiment in his 1974 article, "The Perils of Obedience", writing:

The legal and philosophic aspects of obedience are of enormous importance, but they say very little about how most people behave in concrete situations. I set up a simple experiment at Yale University to test how much pain an ordinary citizen would inflict on another person simply because he was ordered to by an experimental scientist. Stark authority was pitted against the subjects' [participants'] strongest moral imperatives against hurting others, and, with the subjects' [participants'] ears ringing with the screams of the victims, authority won more often than not. The extreme willingness of adults to go to almost any lengths on the command of an authority constitutes the chief finding of the study and the fact most urgently demanding explanation.

Ordinary people, simply doing their jobs, and without any particular hostility on their part, can become agents in a terrible destructive process. Moreover, even when the destructive effects of their work become patently clear, and they are asked to carry out actions incompatible with fundamental standards of morality, relatively few people have the resources needed to resist authority.

The original Simulated Shock Generator and Event Recorder, or shock box, is located in the Archives of the History of American Psychology.

 Estudo de Mcnamee acerca do desenvolvimento moral, comportamento moral e motivação

4e.pdf (269,3 kB)

 No capitulo do desenvolvimento moral podemos  falar dos métodos usados para o estudar, essencialmente experiências à base de simulação de dilemas morais em que o sujeito era obrigado a decidir o que fazer. Entre os investigadores desta área podemos salientar Milgram, Mcnamee e Gilligan como acabei de salientar. De um modo geral estas investigações seguem os seguintes critérios

 

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