Estimulação Precoce

21-06-2009 22:17

Estimulação precoce - Programa Headstart

 

 A estimulação precoce tem sido alvo de debate. Por um lado existe quem obtenha resultados com este tipo de programas registando-se uma grande evolução na criança; por outro, outros grupos não registam resultados significativos e questiona-se até que ponto é correcto submeter uma criança a este tipo de actividades.

            Existem já algumas instituições de ensino que tentam implementar uma politica que favoreça o desenvolvimento intelectual dos alunos, estimulando-os para isso. Um exemplo de uma medida de um destes estabelecimentos é deixar os alunos escolherem as suas disciplinas, as datas das suas avaliações e participar na gestão da escola, registando os alunos destas instituições resultados semelhantes ou superiores aos do ensino tradicional.

            Sendo a componente cognitiva uma das mais importantes no desenvolvimento humano, as grandes potências demonstraram desde cedo interesse na exploração e investigação nestes programas. Os Estados Unidos da América é um dos grandes investidores nesta área criando vários programas como por exemplo o “Head Start” e o “SAIL intervation”.

 

Head Start at East Harlem

 

 

 

  • Programa subsidiado pelo Estado que surge em 1965 nos EUA e que tem como fim intervir precocemente na educação das crianças.
  • As crianças tinham idades entre os 3 e os 5 anos e eram seleccionadas com base nos salários dos pais. O programa era destinado a crianças desfavorecidas tentando preencher as necessidades a nível emocional, social, de saúde, nutricional e fisiológico destas.
  • O programa tinha duas sessões diárias: das 8 às 11 horas e das 12 às 15 horas.
  • Havia aulas de socialização enquanto melhoravam também outras competências académicas e aulas de natação.

 

SAIL Intervention

 

  • Programa com tinha como fim ensinar as crianças a ler antes do tempo de escola, melhorar a sua literacia e vocabulário.
  • Era constituído por 8 semanas, 4 dias por semana, 20 minutos por dia.
  • Neste programa os professores liam para as crianças tentando integrar no vocabulário destas 3 palavras por história.
  • Quanto aos resultados, concluiu-se que as crianças melhoraram o vocabulário e a sua capacidade narrativa, no entanto a compreensão não teve grandes melhorias. Ler para as crianças pode não ser suficiente para melhorar a sua literacia.

 Os resultados neste tipo de programas continua a gerar grande polémica, contudo o programa “Head Start” demonstra conclusões muito positivas: com 3 anos de idade, as crianças que participam nestas actividades possuem maior vocabulário e desenvolvimento a nível social e emocional (segundo o departamento de saúde e serviços humanos dos Estados Unidos, em 2002); os participantes destes programas atingem melhores resultados em testes de conhecimento, reprovam poucas vezes e atingem melhores classificações na escola (segundo Barnett, 2002; Ludwig and Miller, 2007); a nível de saúde registam-se mais imunizações e acesso a cuidados dentários, e menos óbitos; mesmo a nível económico, o que seria uma fonte de despesa, demonstra ser uma fonte de receita, por cada dólar investido, ganha-se 9 dólares (segundo Meier, 2004)

 A problemática da estimulação precoce no desporto

Com os crescentes lucros com a actividade desportiva exista cada vez mais uma especialização técnica precoce em busca do rendimento. No entanto isto nem sempre é positivo já que muitas vezes os alvos são crianças que têm de prescindir da sua vida em prol do rendimento, do dinheiro.O Yoann e o Jordan são dois gémeos com sete anos que jogam nas escolinhas do Benfica. O Pai treina-os desde os dois anos e meio de idade com o sonho de os ver jogar na equipa principal. Nestes treinos, o Pai só pode ser tratado por Mister.

Desde bebés que estes meninos convivem com o mundo do futebol. O primeiro fatinho que vestiram tinha o emblema do Benfica e mudaram-se do Luxemburgo para Portugal para jogarem nas escolinhas do clube encarnado.

O Yoann revela um talento nato e já assinou contrato com o Benfica. O SLB não autorizou a recolha de imagens dos treinos e dos jogos das escolinhas. Nem aceitou conceder qualquer entrevista para esta reportagem. Os pais abandonaram os empregos só para acompanhar os seus flhos...

A vida desta familia passa a ser definida pelos horarios dos jogos e dos treinos dos filhos ?

Será isto o desporto ?

O investimento dos pais e dos clubes na formação de jovens talentos para o futebol foi o tema da Grande Reportagem, "Os Meninos da Bola", da autoria do jornalista Jorge Almeida, com imagem de Paulo Lourenço e Edição de Imagem de Samuel Freire.

Mas não é somente no desporto que isto acontece...

Na música acontece o mesmo...

A procura incessante pelos grandes palcos que "gere" fortunas traz no imaginário destas familias grandes tesouros por delapidar...

Será a busca pela transcendência ou a imoralidade de uma sociedade ?

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